Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL

MIRANDA SÁ
O Natal não é uma data… É um estado de espírito” (Mary Ellen Chase)

Quando eu era menino, o Calendário chamava-se “Folhinha”, porque o anuário era impresso em pequenas folhas destacáveis marcando o dia-a-dia com informações consideradas úteis, como o santo do dia, as fases da lua, os dias santos e feriados. Os domingos e os feriados vinham em vermelho.

O Calendário que adotamos, chama-se “Calendário Gregoriano”, pois surgiu no pontificado de Gregório XIII, sob inspiração deste. Nascido Ugo Boncompagni, foi bispo de Bolonha e projetou-se na cúpula eclesial pela participação no Concílio de Trento (1545). Foi eleito Papa em 1572 como o 225º sucessor de Pedro e reinou até 1585.

O antigo calendário tinha a chancela de Júlio César, quando ditador de Roma. Tentou adotá-lo ao tempo natural, com o ano de 355 dias dividido em 12 meses; mas persistiu a defasagem entre o ano do calendário e o ano natural. Assim, após várias tentativas na Idade Média para adequar o ano civil à marcação do tempo natural, Gregório XIII, assessorado por astrônomos, promoveu a mudança.

Foi uma verdadeira revolução o abandono do calendário juliano e a modernização para ajustar o ano civil ao ano solar, decorrente do movimento de elipse realizado pela Terra em torno do Sol.

Promulgado com a aprovação conciliar da Bula Inter Gravissimas, em 3 de outubro, pulou sobre o dia 4 para 15 de outubro, dando um salto de 11 dias. Mesmo afetando as chamadas datas santas dos equinócios, o calendário teve imediata adoção por Espanha, Itália, Portugal, Polônia e, posteriormente, por todos os países ocidentais.

Como nas religiões antigas, politeístas, e quase a totalidade das que ainda são praticadas no mundo, as principais festas existentes se mantêm nos equinócios e solstícios; neles os cristãos comemoram a páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo e o Natal, o seu nascimento.

Em virtude dos movimentos de rotação e translação inclinada da Terra relacionados com o sol, faz com que determinadas épocas do ano tenhamos os equinócios (que definem o começo da Primavera ou do Outono), e os solstícios (marcando o início do Verão ou do Inverno).

Tais fenômenos eram observados, registrados e tidos como de origem divina na Antiguidade. O Calendário Gregoriano estabeleceu o solstício de Inverno no Hemisfério Norte (e do Verão do Hemisfério Sul) como a data do nascimento de Jesus Cristo. É o Natal.

O dia 25 de dezembro é a data oficial da comemoração. As festividades convergem em todo Ocidente, com o Presépio, Papai Noel e o pinheiro. Papai Noel (os brasileiros adotaram o nome francês) representa São Nicolau, um bispo que distribuía a renda da sua diocese entre os pobres no Natal. Nos EUA, tem o nome de Santa Claus, na AL é “Papá Noel” exceto no Chile, que é o “Viejito Pascuero”. Em Portugal é Pai Natal.

O presépio teve início com São Francisco de Assis, no século XIII e também representa uma tradição natalina. Mostra o cenário do nascimento de Jesus, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Quanto ao pinheiro – a Árvore do Natal – como decoração, foi adotada em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero, que se encantou com a beleza que a natureza oferecia, e armou em sua casa um galho da árvore com enfeites e velas.


As datas podem ter variado, assim como os costumes; mas o espírito da fraternidade universal, o desejo de paz e o amor ao próximo, são eternos. 





























EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA

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