MIRANDA SÁ
“Durante meus 70 anos de observação da vida política brasileira, não me lembro de ter visto tanta gente nas ruas manifestando-se contra um governo” (Ferreira Gullar)
Hoje eu vou exaltar um autêntico poeta patrício por um antigo colega, de antes de Cristo, Quintus Horatius Flaccus, o poeta lírico e satírico – conhecido como Horácio – que nos deixou uma extensa obra de poesias primorosas e pensamentos filosóficos de primeira grandeza.
Poucos intelectuais do Ocidente desconhecem a obra horaciana, particularmente seus livros Ars Poetica e Epistula ad Pisones. Encontramos em português várias traduções e diversos trabalhos de referência.
A doutora Maria do Céu Fialho, da Universidade de Coimbra, por exemplo, levanta a hipótese de que Horácio teria sido um dos herdeiros romanos do filósofo grego Aristóteles e o seu pensamento ético.
Neste meu artigo, Horácio entra como a mosca na sopa de Raul Seixas. Eu precisava dele para falar do grande poeta brasileiro Ferreira Gullar, cujo pseudônimo é desnudado na Wikipédia, que revela o seu nome, José Ribamar Ferreira.
Quando Gullar faleceu eu estava internado na CTI cardiológica do Prontocor. Não pude louvá-lo então; aqui, ele é também meu epigrafado, enquadrando-se perfeitamente no pensamento libertário de Horácio que diz: “Os pintores e os poetas sempre gozaram da mesma forma do poder de ousarem o que quisessem”. A gente encontra esta forma de poder no Brasil em Augusto dos Anjos, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Di Cavalcanti e Portinari.
O poder dos poetas e pintores é encontrado também nos ensaios, quando líamos, com gosto de ler, os artigos dominicais na Folha de São Paulo do maranhense Ferreira Gullar, escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista.
Dizem que as palavras faladas o vento leva, mas as palavras escritas ficam como uma marca pessoal e exclusiva de quem as escreve. É o que tenho encontrado no pensamento escrito de Gullar. Um combate ideológico, produto de um pensamento patriótico, analítico e sagaz.
São muitos os porta-vozes da resistência ao projeto enganoso, traiçoeiro e transviado dos pelegos que chegaram ao poder por um estelionato eleitoral. O engano e a traição estão atrás das grades, com ideólogos e tesoureiros do PT presos por assalto ao patrimônio público.
Os desvios dos padrões éticos, políticos e sociais estão personificados por Lula da Silva e o seu maior (embora menos rentável) conto do vigário, Dilma Rousseff, vendida através de uma propaganda enganosa como uma “gerentona”.
Lula governou o País surfando na onda do Plano Real, sob um céu de brigadeiro e bafejado pelos ventos da bonança do capitalismo globalizado. Brincou e rolou acreditando como psicopata que é, ser o autor dos benefícios auferidos pelos menos favorecidos.
O Pelegão foi tão confiante que deixou um rastro de desonestidades, até furtos na adega do Palácio da Alvorada! Assim também fez a sua sucessora e condutora do projeto bolivariano no Brasil, Dilma, mentirosa doentia (ela é capaz de dar “bom dia” de noite pensando em enganar tempo).
Eu, com meus oitenta e tantos, como Ferreira Gullar, gozei em ver o povo manifestando-se nas ruas como fez no ano passado contra os governos petistas.
O poeta Horácio poetou: “A mágica uma vez revelada perde o espanto, o amor incompreendido perde o encanto”. O povo brasileiro não mais crê nos truques da dupla Lula-Dilma, e apenas lamenta que Ferreira Gullar não esteja conosco para assistir a prisão de Lula e a dissolução da organização criminosa com o nome fantasia de PT …
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA
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