Carlos Newton
O médico cardiologista Andrey Monteiro, que assumiu o cargo em fevereiro, estava fazendo uma administração comprovadamente exemplar, pois aumentou em 30% o número de cirurgias cardíacas e em 10% a realização de cateterismos, implantes de marca-passos e consultas, em relação ao ano passado.
Para exibir essa surpreendente performance, não recebeu um centavo a mais no orçamento do INC, que se manteve igual ao de 2015: R$ 98 milhões. Pelo contrário, graças à revisão de contratos, a instituição conseguiu economia mensal de R$ 400 mil.
SEM EXPLICAÇÃO — “Não recebi comunicado prévio, nenhuma ligação e não estou sabendo os motivos — disse o médico Andrey Monteiro à reportagem do Extra, que imediatamente procurou ouvir o Ministério da Saúde, que não entrou em detalhes sobre a mudança no comando da unidade.
Em nota, o Ministério limitou-se a dizer que “a Constituição Federal prevê o princípio da impessoalidade da gestão e garante a livre nomeação ou exoneração de cargos públicos”. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão disse ainda que os departamentos “contam com corpo técnico altamente especializado e capacitado, que tem a memória de todo o trabalho”. O ministério garantiu que não haverá prejuízo no andamento das atividades e que “dará continuidade às ações e estratégias exitosas do INC”.
DEMISSÃO DO MINISTRO – Esta revoltante matéria foi enviada pelo comentarista Guilherme Almeida. Demonstra que um administrador eficiente e honesto, que aumenta a produtividade e diminui despesas, não pode ter vez num governo como esse. Quem deveria ser imediatamente demitido é o ministro da Saúde, deputado Ricardo Barros (PP-PR), um completo idiota, que só abre a boca para dizer asneiras e que estava para ser detonado antes mesmo do impeachment de Dilma Rousseff.
Envolvido em sucessivas polêmicas desde que assumiu a pasta, em maio, Barros faz abertamente a defesa dos planos de saúde,enquanto a rede do SUS que caminha para o total sucateamento. O fato concreto é que Barros representa a medicina privada e recebeu R$ 100 mil de uma operadora de planos de saúde, em doação oficial, sem contra o caixa 2.
A maior demonstração de seu posicionamento foi formar uma comissão para estudar a criação de planos de saúde mais baratos, com menos procedimentos obrigatórios, sob o pretexto de que era preciso desafogar o SUS. A medida foi criticada tanto por setores mais à esquerda da saúde, como pelos mais conservadores. Movimentos populares e conselhos médicos se uniram contra a medida e até a OAB criticou decisões do ministro e de Temer relacionadas ao enxugamento do orçamento do SUS.
SEM FISCALIZAR – O surpreendente ainda ministro faz a defesa aberta do setor privado, chegou a dizer que planos de saúde não precisavam ser fiscalizados, ao mesmo tempo em que proclama que é preciso “rever o tamanho do SUS”, vejam a que ponto chegamos.
Além disso, Ricardo Barros é um idiota completo. Já declarou que “os homens vão menos ao médico porque trabalham mais”. Também chegou a dizer que iria incluir a Igreja na discussão sobre o aborto porque há “procedimentos inadequados” que acarretam “o aumento do número de mortes”.
Em tradução simultânea, Temer precisa demitir imediatamente o ministro e cancelar a exoneração do médico Andrey Monteiro, que realmente honra a profissão e defende o aprimoramento do sistema público de saúde. Mas quem se interessa?
EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET
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