Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

É impossível o Supremo investigar e condenar tamanha quantidade de corruptos

Jorge Béja

Assim como nas guerras, não será surpresa se o Legislativo, o Executivo e o Judiciário federais venham firmar uma espécie de armistício para acabar com o enfrentamento entre os Poderes, que existe, é real e prejudica todo o povo brasileiro. As delações dos Odebrecht, pai e filho, além de outros integrantes da diretoria da empresa, vão atingir o mundo político, não só de Brasília, como também dos Estados. Serão 200? 300? 400 ou mais, talvez? É o que saberemos nos próximos dias.
E para cada político que desfruta da prerrogativa de foro, no âmbito federal competirá ao Supremo Tribunal Federal o processamento e julgamento. Mas não serão apenas os políticos que surgirão no rol dos corruptos. Os não-políticos, também. E para cada quadrilha que no meio dela esteja um político federal, o foro competente também é o STF em razão do princípio da atração, segundo o qual o maior atrai o menor. Que horror!
HUMANAMENTE IMPOSSÍVEL – E não serão apenas 11 ministros que vão dar conta de centenas ou milhares de ações penais. Como se sabe o ministro expede Carta de Ordem para que juízes federais dos Estados ouçam testemunhas e promovam diligências. Será humanamente impossível preparar todos os feitos penais a ponto de estarem prontos e aptos a receberem julgamento final no STF.
A demora será longa. Dez, vinte ou trinta anos, no mínimo. E ao longo do tempo, muitos (ou quase todos) morrerão (julgadores e réus) e a prescrição se consumará, caso a punibilidade não venha ser extinta pela morte dos réus. Daí minha crença no armistício. Corruptores e corrompidos confessarão seus crimes, devolverão o dinheiro roubado do povo brasileiro e serão punidos apenas com a cassação dos direitos políticos. Não há outra saída, caso contrário a impunidade reinará.
SEM ESTRUTURA – São muitos e muitos os criminosos e muitos e muitos os crimes que cometeram. Não há estrutura judiciária para investigá-los e julgá-los. Nem que existissem 10 Supremos, cada um com 21 ministros. Para isso seria preciso mudar a Constituição Federal. E ainda assim, para ocupar 210 cadeiras na Suprema Corte, faltariam brasileiros e brasileiras aptos.

No domingo, a jornalista Cristiana Lôbo disse na GloboNews que Celso de Mello pretende deixar o STF e o mais cotado para substituí-lo seria o atual ministro da Justiça, Alexandre de Morais. Não é preciso dizer mais nada.




























EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

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