Jornalista Andrade Junior

domingo, 6 de novembro de 2016

Uma calamidade chamada Pezão quer arrasar servidores e aposentados

Pedro do Coutto

O governador Luiz Fernando Pezão – como está demonstrado na reportagem de Carina Bacelar e Danielle Nogueira, O Globo de sexta-feira – tornou-se, ele próprio, uma calamidade à parte dentro da situação de calamidade  pública que decretou para o Estado do Rio de Janeiro. Hospitais não funcionam por falta de verbas até para limpeza e medicamentos, a Polícia Civil publicou aviso no Diário Oficial pedindo doações para poder trabalhar e manter seus serviços de segurança. Não bastante tudo isso, consequência de isenções tributárias que atingiram 151 bilhões de reais de 2010 a 2016, administração Sérgio Cabral, da qual Pezão foi vice, quer agora, num ato alucinado, elevar a contribuição dos aposentados de 11% para 30% sobre seus vencimentos.
Absurdo total, calamidade é o nome de seu projeto de lei que vai enviar à Assembleia Legislativa.
IMPOSTO DE RENDA – Ainda por cima, existe a incidência de 27,5% na fonte (IR), fora  ajuste anual cobrado quando da declaração. Trinta por cento mais 27,5% totalizam, claro, 57,5%. Quase dois terços dos salários acima de 5 mil reais por mês. O absurdo está totalmente configurado: os aposentados vão ter seus vencimentos reduzidos em praticamente apenas 40%.
Considerando-se a inflação de 10,6% de 2015, não reposta até hoje, vemos que o valor das aposentadorias vai a um terço do que representavam até este ano.
Exercício de 2016, trágico para o funcionalismo, provocado por uma calamidade chamada Luiz Fernando Pezão, coadjuvado pelo vice Francisco Dornelles. O governo do RJ não demonstra o menor apreço pela população. Apreço só para empresários da Firjan, a quem Pezão, esta semana, comprometeu-se a não diminuir isenção tributária alguma das que foram concedidas por Sérgio Cabral e por ele próprio. Portanto, dispõe-se a manter as vantagens para o empresariado enquanto comprime os servidores com uma série de desvantagens gigantescas.
ICMS NA ENERGIA – O elenco de descalabros, entretanto não termina aí. O governador quer aumentar o ICMS sobre as contas de energia elétrica. Pensa que sua proposta restringe-se ao fornecimento de luz às residências. Não leva noção. Tal elevação atinge não só as contas de luz, mas também as tarifas de energia para a indústria, o comércio e o setor de serviços.
No alucinado embalo, incluiu os preços das barcas, tanto quanto as que fazem a ligação Rio-Niterói, quanto as que executam o transporte para Paquetá. O governador do RJ encontra-se fora da realidade. Dá até a impressão que se deixou levar por assessores que armaram uma cilada trágica para levá-lo à renúncia, ou então o Estado a uma intervenção federal. Pezão entrou em confronto com a candidatura que representou no palco político na sucessão de 2014.
À BEIRA DO ABISMO – Com o rol de iniciativas que revelou publicamente, mostrou, isso sim, ter se aproximado de um precipício administrativo. Pois sejam quais forem os resultados de seus projetos e decretos, ele praticamente renunciou ao senso de justiça e ao equilíbrio que todos os governantes são obrigados a manter.
Tem-se a impressão que o governador, no fundo, deseja deixar o cargo em definitivo. Porque definitivamente não tem condições de exercê-lo. Onde está o compromisso com a população? Ele o jogou no espaço.

















EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

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