Jornalista Andrade Junior

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Na véspera de Cabral ser preso, Pezão defendia a volta dele ao governo estadual

Pedro do Coutto

Na entrevista aos repórteres Thiago Prado e Mônica Weinberg, revista Veja que está nas bancas, Pezão diz desejar que Sérgio Cabral retorne como candidato. A declaração foi dada na véspera da prisão de seu antecessor, mas sem dúvida revela um desligamento total do cargo que ocupa e da crise do Rio de Janeiro, agravada pela mensagem que encaminhou à Assembleia Legislativa, especialmente na parte em que aumenta a contribuição previdenciária do funcionalismo, incluindo aposentados, assim como na elevação do ICMS sobre os combustíveis e as tarifas de energia elétrica.
Mas a maior prova do distanciamento de Pezão não se encontra apenas no desejo impossível de ser sucedido pelo antecessor preso. Está, sobretudo, na troca de fatos recentes. Por exemplo: afirmou que um juiz de primeira instância decretou o arresto de recursos financeiros do estado. Mas a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, reverteu a decisão. Não é fato, acentuo. O despacho da ministra Carmen Lúcia foi contra a liminar de um desembargador que havia, isso sim, sustado a tramitação do projeto (do governador) que elevava de 11 para 14% a contribuição dos servidores para o Rioprevidência.
AUMENTO SALARIAL – Em outro trecho da entrevista a Thiago Prado e Mônica Weinberg, Pezão sustenta ter errado quando, há dois anos, aumentou os vencimentos do funcionalismo. Eu deveria – disse – ter aproveitado o momento para ampliar a contribuição. Pezão esquece que a contribuição para o Rioprevidência é percentual. Por isso, se os salários sobem, o desconto mensal sobe junto.
O governador, com esta afirmação, revela que o funcionalismo não recebe reajuste há dois anos. A inflação, assim, não foi reposta. A de 2014 foi de 6,7%. A de 2015, pelo IBGE, de 10,6. Com isso, os servidores foram diminuídos em mais de 17%. E a Constituição Federal veta a redução de salários
Luiz Fernando Pezão disse coisas desconexas nas respostas à perguntas da reportagem da Veja. Não esclareceu casos de concessões, de incentivos fiscais liberados por Sérgio Cabral e por ele, inclusive o benefício a termas cariocas, na realidade casas de massagem, dizendo que, de modo genérico, desonerações destinadas a restaurantes terminaram estendendo-se a elas. Como pode ser isso? Não faz sentido.
Quanto à prisão de Anthony Garotinho, declarou vagamente que toda eleição tem uma história de compra de votos. Em alguma hora ocorre.
VOLTA DE CABRAL – Embora deseje, como afirmou, uma nova candidatura de Sérgio Cabral ao Palácio Guanabara, Pezão, ao ser perguntado sobre o anel comprado por Fernando Cavendish para Adriana Anselmo, respondeu que Cabral e Cavendish eram amigos. Mas se fosse ele, não aceitaria. Foi esta a única ressalva que fez ao comportamento do ex-governador.
A respeito da situação financeira do RJ, informou estar ouvindo muita gente sobre como enfrentar e resolver a situação. “Não temos solução ainda. Mas o ministro Henrique Meirelles ficou de ligar para investidores encentivando-os a comprar papeis do Rio no mercado financeiro. Na realidade antecipação de royalties do petróleo com a garantia da União, portanto do governo de Brasília”.

A entrevista está nas bancas. Para analisá-la, basta adquirir um exemplar da Veja. E confira se o chefe do Executivo estadual está em condições de administrar o Rio de Janeiro. A matéria saiu nas páginas 58 e 59.


























EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

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