por Percival Puggina.
Não se cobrem mais exemplos à História! Sociedades igualitárias são, sempre, construções de uma abonada elite totalitária e a experiência dos povos já fez o que pode para certificar quanto é ruinoso e funesto o igualitarismo. Mesmo assim, esse estrupício ideológico prosperou e causa severos danos ao desenvolvimento econômico e social, aos serviços públicos, ao sistema de ensino e à cultura nacional. Nem nosso desempenho esportivo escapa! Como poderia o Brasil se tornar potência esportiva se aqui se desestimula o mérito e a desigualdade é malvista, se o espírito competitivo é refugado e se a individualidade deve ser coibida? Pergunte a uma turma de alunos algo que há 60 anos teria resposta certa: quem é o mais rápido nas corridas, ou o que pula mais longe, ou o que salta maior altura? Fora raríssimas exceções, essas indagações não terão resposta porque a competição é desestimulada no espaço educacional! O mérito é objeto de indiferença, causa de desconforto. E a palavra meritocracia suscita extremado antagonismo.
Todos os resultados incontornáveis dessa utopia se resumem em alguma forma de mediocridade. Quando o mérito, em vez de receber nota 10, ganha zero, expulso do espaço pedagógico, o teto bate em cinco e começa a cair. O aluno estudará "o suficiente para passar", assistirá o número exato de aulas que lhe permitam comparecer às provas, limitará seus esforços ao mínimo necessário, contido ao mínimo que lhe consiga transmitir o professor. Soou como algo conhecido? Será então o diploma e não o conhecimento, o emprego e não o empreendimento, o salário e não o trabalho, o consumo e não a poupança.
São muitos os freios e entraves que constrangem nosso desempenho econômico e social, gerando situações que ferem a dignidade humana e, por isso, devem ser rejeitados e atacados. Mas nenhum supera em capacidade destrutiva o ato de assumir o igualitarismo como objetivo. Ele se associa, obviamente, a uma visão de sociedade espremida entre o marxismo-leninismo e seu genérico mais simpático, o socialismo, que vai para o mesmo lugar montado numa pombinha branca com uma rosa vermelha na mão esquerda.
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