Jornalista Andrade Junior

sábado, 27 de agosto de 2016

SP dá sinal de vida... -

 VINICIUS TORRES FREIRE FOLHA DE SP

SP dá sinal de vida; economia paulista cresce pela 1º vez desde o fim de 2014


São Paulo cresceu pela primeira vez desde o final de 2014. A economia paulista produziu mais no segundo trimestre deste ano que no primeiro, informou hoje a Fundação Seade, o "IBGE" estadual.

É um alento, um respiro fraco aqui neste nosso fundo do poço, mas é. O fundo fica nas profundas do inferno econômico, decerto. Nos últimos quatro trimestres (no "último ano") a economia paulista afundou 5,1%, ante os quatro trimestres anteriores. Ao final do ano passado de recessão horrível, afundara 4,1%.

Mas, como afirma o relatório da Seade, "...observa-se trajetória estável da tendência do PIB entre o primeiro e segundo trimestres de 2016, revertendo a trajetória descendente que prevaleceu nos trimestres anteriores."

E o conjunto do Brasil?

Não sabemos ainda como andou a economia brasileira no segundo trimestre. O valor do PIB nacional sai na quarta-feira (31). Os chutes informados são de decréscimo, em ritmo menor, mas ainda queda em torno de 0,5%.

A economia de São Paulo equivale a um terço da economia do Brasil. Nos últimos cinco anos, anda no mesmo ritmo da brasileira. Os dados da Seade relativos ao crescimento de quatro trimestres (anual) tem andado muito colados aos do IBGE para a produção (PIB) nacional.

Nas variações de trimestre ante trimestre, a correlação é menor. Mesmo assim, dados outros indicadores, de confiança de consumidores e empresários, de produção industrial e estoques no comércio, é razoável acreditar que o fundo do poço é aqui.

A economia paulista cresceu no entanto apenas 0,2% do primeiro para o segundo trimestre, quase um soluço. É preciso algum pé atrás. De onde veio o impulso do crescimento? Da desmantelada indústria.

"Esse resultado [alta trimestral do PIB paulista] deveu-se ao crescimento de 3,8% da indústria –primeiro resultado positivo nessa base de comparação após dez trimestres de quedas consecutivas–, uma vez que os serviços e a agropecuária registraram recuo [-0,3% e -3,2%, respectivamente]", diz o relatório da Seade.

No conjunto, a produção da indústria brasileira também cresceu do primeiro para o segundo trimestre, 1,2%, depois de dois anos de encolhimento, o maior de que se tem registro, observam os economistas Alexandre e Maurício Schwartsman em estudo da consultoria de mesmo sobrenome, publicado ontem.

O nível da produção industrial ainda está 18% abaixo do pico (baixo) atingido no primeiro trimestre de 2011. Nas contas dos economistas, esse fraco suspiro de vida industrial se deveu às exportações líquidas (mais vendas de produtos industrializados para o exterior, menos compras do exterior).

A recuperação paulista e industrial é, ressalte-se, mínima. Além do mais, notam os Schwartsman, o consumo doméstico é o responsável maior por fazer as fábricas funcionarem. Mas o consumo baixa, prejudicado por falta de emprego, renda, crédito e coragem de consumir.

O que pode vir a ser notícia positiva é que, apesar de muito baixa, a produção industrial estaria em ritmo menor que o da demanda: a produção ora não cresce mais porque as fábricas ainda queimam estoques, por assim dizer. Mas isso é apenas uma hipótese, por enquanto.




























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