O Estado de São Paulo
Após quase nove meses, o processo de impeachment da presidente afastada
Dilma Rousseff entra na reta final com o início do
julgamento da petista no plenário do Senado. A partir de hoje,
os 81 senadores se dedicam a ouvir as testemunhas de acusação.
A incerteza até o momento se dá sobre a continuidade dos trabalhos
durante o fim de semana – como deseja o Planalto. O governo quer
encerrar de vez o processo de impeachment para que o presidente em
exercício Michel Temer viaje para o encontro do G-20 na China sem o
incômodo da interinidade.
O rito do julgamento foi definido por líderes do Senado junto com o
presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que é
responsável por presidir o processo. Em reunião com os líderes e o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lewandowski disse que a
intenção era evitar que os trabalhos avançassem durante o fim de
semana. Diante da resistência da base e do fato de que as testemunhas
devem permanecer isoladas no período de julgamento, o presidente do STF
admite que a sessão avance pela madrugada até o fim dos depoimentos.
Para que Dilma perca o cargo, são necessários 54 votos. O governo
trabalha com uma margem de 59 a 62 votos favoráveis ao afastamento
definitivo.
Aliados da presidente afastada devem propor questões de ordem para adiar
o quanto possível o resultado. No dia 29, Dilma vai pessoalmente fazer
sua defesa. A petista deve constranger seus ex-ministros que, agora,
apoiam o impeachment. Se o cronograma for cumprido, a votação deve
começar no dia 30.
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