CARLOS CHAGAS
Admitindo-se
que Michel Temer se torne presidente definitivo da República, dentro de
uma semana, seu primeiro grande problema coincidirá com o afastamento
de Dilma Rousseff: o aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, do Procurador Geral e dos Defensores Públicos, com reflexos no
custo de vida, na inflação e na popularidade do novo chefe do governo.
Até agora, Michel só fez bondades e aumentou as despesas do governo. Deveria adiar mais essa, mas terá coragem?
Às
trapalhadas de Madame seguir-se-á a confusão do sucessor? Continuará a
população sofrendo as consequências de péssimos governos, já que as
contas permanecerão sendo pagas pelo cidadão comum? Ainda mais porque o
tempo das maldades está à vista de todos, com as reformas da Previdência
Social e Trabalhista, além da elevação de impostos.
Não
demora que novos pedidos de impeachment venham a pipocar na Praça dos
Três Poderes. Porque popularidade o presidente nunca teve. Nem terá, se
sua performance for igual à da antecessora. Acaba de perder o apoio do
PSDB e do DEM, sem saber se manterá o PMDB. Os sindicatos fogem dele, as
massas com maior intensidade. A classe média nem chegou perto do
palácio do Planalto e as elites bancam o avestruz em meio à tempestade,
enfiando a cabeça na areia.
Em
suma, a nação dá sinais de distância, passo inicial para a rejeição.
Não demora muito para repetir-se o drama anterior. Também, nada existe
que justifique mudanças fundamentais no processo institucional. Faltam
dois anos para o Brasil continuar na mesma. Só que desta vez o desfecho
será pior. A continuidade do mais no mesmo levará à desagregação final.
Teria
Michel Temer viajando para China, Japão, Índia, Argentina e Estados
Unidos, condições para retomar o desenvolvimento nacional? Carece o
provável novo governo de respaldo para dar a volta por cima.
Novas eleições gerais resolveriam alguma coisa? O povo não mudou, continua o mesmo. Os problemas, mais agudos.
A desilusão, no mínimo igual. Mas a proximidade do caos, cada vez mais perto.
Os
ministros do Supremo chegando aos 40 mil reais mensais, fora as
polpudas vantagens, olham lá de cima os 880 reais que mais da metade da
população recebe. Nem se fala, hoje, dos parlamentares, dos funcionários
públicos privilegiados e de quantos se abrigam à sombra do Estado
Nacional. Melhor seria caracterizar o afastamento desses dois Brasís: o
formal e o real. O mais no mesmo permanecerá por quanto tempo ainda?
EXTRAÍDADATRIBUNADAINTERNET
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