Carolina Brígido
O Globo
As três empresas citadas pelos técnicos do tribunal receberam recursos da campanha, conforme a prestação de contas apresentada pela chapa vitoriosa. O TSE ainda não detalhou quais serviços essas empresas teriam comprovado e quais documentações faltaram.
Na prestação de contas, a campanha de Dilma confirmou ter pago R$ 24 milhões à Focal Confecção e Comunicação Visual, o segundo maior contrato da campanha. A suspeita levantada é de que a empresa era de fachada. Reportagem do jornal “Folha de São Paulo” revelou que um dos sócios era um motorista contratado pela própria empresa.
LAVAGEM DE DINHEIRO – A perícia contábil também constatou que a Editora Gráfica Atitude não foi contratada pela chapa. Durante as investigações, apareceram indícios de que a gráfica teria prestado serviço para a campanha de forma ilícita, mas a suspeita não foi comprovada. Na Operação Lava-Jato, essa empresa teria sido usada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para lavar dinheiro desviado da Petrobras.
O laudo da perícia foi entregue nesta segunda-feira à ministra Maria Thereza de Assis Moura, que é corregedora do TSE e relatora dos processos que pedem a cassação da chapa de Dilma e Temer. Terminada a auditoria nas empresas, a ministra inaugurou uma nova fase nas investigações e determinou o depoimento de dez testemunhas.
Na lista, estão o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco; o lobista Julio Camargo; o engenheiro Zwi Skornicki; o dono da UTC, Ricardo Pessoa; o ex-executivo da Camargo Corrêa Eduardo Hermelino Leite; e os ex-executivos da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo e Flavio David Barra.
DEPOIMENTOS – As testemunhas vão prestar depoimento nos dias 16 e 19 de setembro, algumas na Justiça Federal no Rio de Janeiro, outras na Justiça Federal em São Paulo. Maria Thereza também solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento de provas da Lava-Jato.
Ela quer cópias das delações premiadas feitas por Otávio Marques de Azevedo, Flavio David Barra e Ricardo Pessoa. A decisão de compartilhar ou não as provas será tomada pelo relator da Lava-Jato no STF, ministro Teori Zavascki.
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