Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo
Em meio à discussões sobre a reforma da Previdência,
um grupo de 142 deputados e ex-deputados poderá pedir aposentadoria, já
a partir do mês que vem, com direito a um benefício de até R$ 33.763 –
seis vezes mais que o teto do INSS.
Responsáveis por aprovarem as mudanças na Previdência, os parlamentares
podem se aposentar por meio de dois planos, com regras mais generosas do
que as aplicadas aos trabalhadores da iniciativa privada. Nenhum dos
dois regimes está limitado ao teto do INSS, que é de R$ 5,6 mil mensais.
Se tivessem aprovado a reforma da Previdência proposta por Michel Temer,
esses parlamentares já teriam de cumprir agora regras mais duras para
se aposentar.
Pelo texto que está pronto para ser votado na Câmara, os políticos
teriam de cumprir de imediato as idades mínimas de 62 anos (mulheres) e
65 anos (homens) e trabalhar por um período adicional de 30% sobre o
tempo que faltaria para a aposentadoria. A reforma que será proposta
pelo ministro da Economia Paulo Guedes também deve incluir mudanças na
Previdência de políticos.
Hoje, um dos planos de aposentadoria parlamentar, o IPC, vale para
parlamentares que ingressaram até 1997 – caso de Bolsonaro. O IPC dá
direito a aposentadoria com 50 anos de idade, com benefício proporcional
ao tempo de mandato. Oito anos de contribuição são suficientes para se
obter 26% do salário de parlamentar. O benefício integral é concedido
àqueles com 30 anos de contribuição.
A outra modalidade para aposentadoria parlamentar, que reúne a maior
parte dos habilitados, é o PSSC, com regras um pouco mais duras que o
IPC e cujo benefício é sujeito ao teto do funcionalismo (R$ 39,2 mil).
São necessários 60 anos de idade e 35 de contribuição. O benefício é
proporcional aos anos de contribuição: a cada ano, é acrescido 1/35 do
salário de parlamentar, equivalente a R$ 964.
O nome do presidente da República consta na lista de “aposentáveis” pelos planos dos congressistas, obtida pelo Estadão/Broadcast por
meio da Lei de Acesso à Informação. A Câmara diz que é possível
informar o valor estimado do benefício a que o presidente teria direito
porque existem “incertezas” quanto ao montante exato de cada provento
dos parlamentares que estão habilitados a pedir a aposentadoria.
Dos 142 deputados e ex-deputados que têm direito ao benefício, 58 não
foram reeleitos ou nem se candidataram. No Senado, 26 dos não reeleitos
estão aptos a requerer o benefício.
Bolsonaro fará campanha pela reforma
O presidente Jair Bolsonaro deve ser o garoto-propaganda para explicar à
população os principais pontos da reforma da reforma da Previdência. A
popularidade em alta do presidente é uma dos principais trunfos do
governo para garantir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) já no primeiro semestre do ano.
Para a equipe, o apoio de mais de 57 milhões de votos e a penetração que
o presidente tem nos canais digitais (Twitter, Facebook, Instagram e
Youtube) garante respaldo ao presidente para assumir a defesa da reforma
e evitar os erros de comunicação assumidos pelo governo anterior.
O presidente não deve entrar em detalhes técnicos da proposta, mas vai
reforçar a defesa dos pontos principais, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Nos últimos dias, ele, inclusive, tem utilizado textos mais longos nas
redes sociais para apresentar posicionamentos do governo e até mesmo
nota oficiais.
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