por Alexandre Garcia.
Ronald Biggs virou atração turística no Rio de Janeiro. As pessoas pagavam para conversar com ele. Virou cantor, xícaras e camisetas eram vendidas com a imagem dele. Em discos e filmes, ele se aproveitava do tema relativo ao assalto ao trem pagador, de que participou. Virou enredo em escola de samba “Samba no pé e mãos ao alto, isto é um assalto”. Em 2001, decidiu voltar para sua pátria – talvez com medo dos assaltos no Rio – e foi preso para cumprir pena até que sua saúde se agravou. Morreu no hospital.
Battisti entrou no Brasil mal Biggs havia saído. Usou passaporte falso e foi preso. Era caso de deportação imediata, como fez a Bolívia, pelo mesmo crime de entrada ilegal. Mas o governo FHC estava empolgado com direitos humanos. O italiano fugia da justiça que o havia condenado em todas as instâncias por quatro assassinatos e por ter deixado tetraplégico um menino de 15 anos. Seus companheiros de crime depuseram afirmando que ele se comprazia em ver o sangue fluindo de suas vítimas. Foi defendido pelo advogado Luiz Roberto Barroso, hoje no Supremo, sob alegação que lutava contra um regime opressor. O governo italiano era democrático e socialista.
Porque era do Proletários Armados pelo Comunismo(PAC), foi recebido como refugiado político no governo Lula, pelo Ministro da Justiça Tarso Genro. Os boxeadores cubanos que fugiam da ditadura foram mandados de volta para Havana. O fugitivo da justiça de um país democrático ganhou abrigo. Embora o Supremo tenha autorizado a extradição, Lula, em seu último dia de governo, já se preparando para ir a Atibaia, o manteve no país da impunidade. Viveu aqui bem sustentado e bem tratado, como celebridade, referido não como assassino, mas como ativista, escritor, filósofo. O país que transforma criminosos condenados em celebridades está fertilizando ovos de serpentes que depois vão envenená-lo. A cultura de justificar os bandidos nos torna reféns dessas nossas criaturas.
*Reproduzido do Facebook do autor.
extraídadepuggina.org
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