Cristiane Jungblut
O Globo
Eterno assessor de Lula, Gilberto Carvalho está fazendo a interlocução com os movimentos sociais. A avaliação de alguns petistas é que o adiamento teria o objetivo de tentar desmobilizar os militantes.
MUITAS DÚVIDAS — “É como uma festa de casamento: você se organiza para uma data, compra passagem, e, se a data muda, você diz que não vai mais” — disse um petista. Por isso, devido ao esquema já montado, alguns defendiam que a manifestação fosse mantida. Mas outros avaliavam que, caso o depoimento seja adiado, será necessário mudar a data para acompanhar o dia em que Lula de fato falar. Além da manifestação, no dia do depoimento Lula estará acompanhado de caciques do partido e de parlamentares.
“Eles querem esvaziar o depoimento. Toda a bancada estará lá com o Lula. Ele está ferido e diz que só mostram meia verdade sobre sua situação” — disse um parlamentar.
CONTRA A LAVA JATO – O ex-presidente Lula pediu aos parlamentares e dirigentes partidários que parem de brigar internamente e que o partido se una neste momento de enfrentamento da Lava-Jato. O recado foi dado no seminário realizado na segunda-feira. Segundo um dirigente, Lula está “ferido” por ser alvo da Lava-Jato e disse que quer ir ao depoimento para se defender diretamente.
Os dirigentes mantêm o discurso de que a imagem de Lula se reforçaria caso fosse detido ou impedido de concorrer à Presidência da República em 2018.
O ex-governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, assumiu esse discurso e afirmou que irá acompanhar o ex-presidente a Curitiba na data do depoimento, sinalizando que não será o único. “Será um ato de solidariedade a Lula e não de confrontação a ninguém” — disse o ex-governador baiano.
O CERCO SE FECHA – Entre integrantes da cúpula do PT que participaram do seminário em Brasília, a avaliação era de que o cerco a Lula está se fechando, e a situação do ex-presidente se torna cada vez mais delicada.
Lula utilizou seu discurso no seminário para mostrar que está pronto para a “briga” e que será candidato em 2018. O ex-presidente gostou do tom adotado pela senadora Gleisi Hofmann (PT-PR).
“Aqui não tem bandido, aqui podem ter pessoas que podem ter errado. Na primeira denúncia, na primeira ofensa, não vamos baixar a cabeça” — disse a líder do PT no Senado.
extraídadetribunadainternet
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