Germano Oliveira e Thais Skodowski - IstoE
Em troca dos préstimos da OAS, Lula se comprometeu a ajudar a empreiteira a abrir novas frentes não apenas no Brasil como além-mar. Como, por exemplo, estreitar laços empresariais com nações africanas, por onde o petista sempre transitou com desenvoltura. Atuando como uma espécie de embaixador da OAS mundo afora, Lula foi bem sucedido. Os números são eloqüentes. Até meados de 2008, a empreiteira engatinhava no mercado internacional. Com a ajuda de Lula, a empresa passou a ter 14 escritórios no exterior e a tocar 20 grandes obras fora do País. Como Lula fez isso quando ainda estava no governo, essa ação é tipificada como crime de tráfico de influência. “Brahma” também ajudou a OAS a fechar um negócio de R$ 1 bilhão na Guiné Equatorial. Trata-se da construção de uma estrada de 51 quilômetros ligando a capital Malabo à cidade de Luba, dois dos principais portos do país africano. A obra estava avaliada em US$ 320 milhões. De acordo com a Polícia Federal, o próprio Léo Pinheiro indica – em mensagem enviada para o então diretor de Relações Institucionais da OAS, Jorge Fortes, em 31 de janeiro de 2013, – que Lula fez lobby pela obra junto ao ditador Teodoro Obiang, no poder há 37 anos. Obiang se aproximou de Lula quando ele virou presidente e decidiu incrementar as relações do Brasil com os países africanos.
Nuances da promíscua relação entre Pinheiro e Lula foram esmiuçadas pelo próprio empreiteiro em agosto de 2016, quando ele esboçou um acordo de delação premiada com o a Procuradoria-Geral da República (PGR). As negociações para a colaboração com a Justiça, no entanto, acabaram sendo descartadas pelo procurador Rodrigo Janot, sob o argumento de que o teor de parte dos setenta anexos havia vazado antes mesmo de o seu conteúdo chegar ao conhecimento do Ministério Público Federal. Agora, com o contundente depoimento a Moro, o sócio da OAS alimenta a expectativa de assinar um novo acordo, que lhe permita reduzir a pena de 26 anos de prisão.
Tríplex é prova irrefutável
A negociação envolvendo o tríplex, contudo, é a demonstração cabal de como Lula não só gostava de embolsar gordas propinas e dinheiro de caixa dois para o PT, como também se refestelava com os mimos ofertados pelos empreiteiros. A história teve início em setembro de 2009, quando a Bancoop quebrou, deixando centenas de famílias, que haviam investido seu suado dinheiro nos imóveis da Cooperativa Habitacional dos Bancários, ao relento. Menos, claro, a de Lula. Na ocasião, a entidade era presidida por João Vaccari, então tesoureiro do PT, hoje preso em Curitiba. Ainda como presidente da Bancoop, Vaccari transferiu para a OAS a incumbência de concluir as obras do Edifício Solaris, no Guarujá, onde Lula e dona Marisa Letícia tinham um apartamento e pelo qual já haviam pago R$ 209.119,73. Numa das reuniões com a empreiteira, Vaccari revelou ao presidente da OAS, Léo Pinheiro, que Lula possuía um imóvel no prédio. Tratava-se da unidade 141, um apartamentinho simples. Para agradar Lula, que na ocasião ainda era presidente da República, a OAS resolveu destinar-lhe a cobertura 164-A, assumindo a diferença de R$ 1,147 milhão que variava de um imóvel para outro. Segundo relatos dos construtores, Lula e Marisa amaram o presente, pois sempre quiseram ter apartamento na praia, “tipo pé na areia”. Na delação premiada entabulada por Léo Pinheiro em agosto do ano passado, e que foi incinerada por Janot, o empresário diz que acertou com Vaccari que o apartamento de Lula seria “abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta das propinas em obras da OAS na Petrobras”. “Perguntei ao João Vaccari se o ex-presidente tinha conhecimento de que o tríplex era fruto dos desvios na Petrobras. Ele respondeu positivamente”, disse Léo Pinheiro num dos sete anexos da primeira delação.
A negociação envolvendo o tríplex, contudo, é a demonstração cabal de como Lula não só gostava de embolsar gordas propinas e dinheiro de caixa dois para o PT, como também se refestelava com os mimos ofertados pelos empreiteiros. A história teve início em setembro de 2009, quando a Bancoop quebrou, deixando centenas de famílias, que haviam investido seu suado dinheiro nos imóveis da Cooperativa Habitacional dos Bancários, ao relento. Menos, claro, a de Lula. Na ocasião, a entidade era presidida por João Vaccari, então tesoureiro do PT, hoje preso em Curitiba. Ainda como presidente da Bancoop, Vaccari transferiu para a OAS a incumbência de concluir as obras do Edifício Solaris, no Guarujá, onde Lula e dona Marisa Letícia tinham um apartamento e pelo qual já haviam pago R$ 209.119,73. Numa das reuniões com a empreiteira, Vaccari revelou ao presidente da OAS, Léo Pinheiro, que Lula possuía um imóvel no prédio. Tratava-se da unidade 141, um apartamentinho simples. Para agradar Lula, que na ocasião ainda era presidente da República, a OAS resolveu destinar-lhe a cobertura 164-A, assumindo a diferença de R$ 1,147 milhão que variava de um imóvel para outro. Segundo relatos dos construtores, Lula e Marisa amaram o presente, pois sempre quiseram ter apartamento na praia, “tipo pé na areia”. Na delação premiada entabulada por Léo Pinheiro em agosto do ano passado, e que foi incinerada por Janot, o empresário diz que acertou com Vaccari que o apartamento de Lula seria “abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta das propinas em obras da OAS na Petrobras”. “Perguntei ao João Vaccari se o ex-presidente tinha conhecimento de que o tríplex era fruto dos desvios na Petrobras. Ele respondeu positivamente”, disse Léo Pinheiro num dos sete anexos da primeira delação.
A ocultação
O apartamento, no entanto, permaneceu em nome da OAS. O acerto era que a propriedade seria transferida mais tarde para o casal, depois que Lula deixasse a Presidência. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, a partir de 31 de agosto de 2013, com a conclusão das obras no edifício, Lula e Marisa passaram a “ocultar a propriedade”, o que caracteriza crime de lavagem de dinheiro. “Cientes da disponibilização do imóvel ao casal e da necessidade de lhe conferir acabamento, Léo Pinheiro, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Moreira (todos executivos da OAS) agiram para que não só a propriedade do tríplex continuasse oculta, como também para que as reformas e decoração fossem realizadas e custeadas pela OAS, permitindo que Lula e Marisa Letícia recebessem tais vantagens de forma encoberta”. As reformas foram feitas em 2014, incluindo a instalação do elevador. As obras foram feitas pela Tallento Construtora e pagas pela OAS, no valor de R$ 926 mil. Engenheiros da OAS disseram aos procuradores que Lula e dona Marisa estiveram no apartamento no começo de 2014, para decidirem as alterações ao projeto original. No dia 2 de fevereiro de 2014, a PF resgatou uma mensagem de texto a partir de uma conversa mantida entre Léo Pinheiro e Paulo Gordilho. “O projeto da cozinha do chefe tá pronto. Se marcar com a madame pode ser a hora que quiser”, disse Gordilho, falando sobre as reformas no sítio de Atibaia. “Vou confirmar. Seria bom também ver se o de Guarujá está pronto”, respondeu Léo Pinheiro, aproveitando para falar também sobre as obras no tríplex.
O apartamento, no entanto, permaneceu em nome da OAS. O acerto era que a propriedade seria transferida mais tarde para o casal, depois que Lula deixasse a Presidência. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, a partir de 31 de agosto de 2013, com a conclusão das obras no edifício, Lula e Marisa passaram a “ocultar a propriedade”, o que caracteriza crime de lavagem de dinheiro. “Cientes da disponibilização do imóvel ao casal e da necessidade de lhe conferir acabamento, Léo Pinheiro, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Moreira (todos executivos da OAS) agiram para que não só a propriedade do tríplex continuasse oculta, como também para que as reformas e decoração fossem realizadas e custeadas pela OAS, permitindo que Lula e Marisa Letícia recebessem tais vantagens de forma encoberta”. As reformas foram feitas em 2014, incluindo a instalação do elevador. As obras foram feitas pela Tallento Construtora e pagas pela OAS, no valor de R$ 926 mil. Engenheiros da OAS disseram aos procuradores que Lula e dona Marisa estiveram no apartamento no começo de 2014, para decidirem as alterações ao projeto original. No dia 2 de fevereiro de 2014, a PF resgatou uma mensagem de texto a partir de uma conversa mantida entre Léo Pinheiro e Paulo Gordilho. “O projeto da cozinha do chefe tá pronto. Se marcar com a madame pode ser a hora que quiser”, disse Gordilho, falando sobre as reformas no sítio de Atibaia. “Vou confirmar. Seria bom também ver se o de Guarujá está pronto”, respondeu Léo Pinheiro, aproveitando para falar também sobre as obras no tríplex.
Todas as reformas no apartamento no Guarujá foram supervisionadas por Marisa Letícia e seu filho Lulinha. O dono da Tallento, Carlos Augusto Curiati Bueno, confirmou ao MPF que ao final das obras, em agosto de 2014, uma reunião foi realizada no imóvel com a participação de dona Marisa, Lulinha e Léo Pinheiro. Os procuradores destacam no processo que a OAS se beneficiou amplamente dos ilícitos praticados contra a Petrobras. “Léo Pinheiro era bastante próximo de Lula. Significativas nesse cenário foram as visitas ao tríplex. Na primeira oportunidade Lula e Marisa Letícia foram acompanhados por Léo Pinheiro e outros executivos da OAS logo que o projeto foi personalizado e executado”, reforça o MPF na denúncia aceita pelo juiz Sergio Moro. No meio jurídico, todos são unânimes em afirmar que o tríplex está para Lula assim como a sonegação de imposto esteve para Al Capone. Ou seja, o petista está bem próximo de ser condenado por um crime menor, entre tantos outros mais graves que indiscutivelmente cometeu.
O sítio dos “laranjas”
Advogado é acusado de fazer contrato frio para reforma no sítio de Atibaia
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O sítio Santa Bárbara, em Atibaia, atribuído ao ex-presidente Lula, é um verdadeiro laranjal. Que o imóvel seria de Lula, mas está em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, dois amigos de Fábio Luiz Lula da Silva, todo mundo já sabia. Na última semana, o engenheiro Emyr Costa, da Odebrecht, acrescentou elementos bombásticos ao caso. Disse que a Odebrecht lhe deu R$ 500 mil em dinheiro vivo para tocar as reformas no sítio, mas que a empresa não poderia aparecer. Quem tocava os trabalhos era uma empreiteira subcontratada. Ele contou à Procuradoria-Geral da República que chegou a comprar um cofre para guardar a dinheirama em espécie. Segundo ele, Roberto Teixeira redigiu um contrato fictício entre Bittar e Carlos Rodrigo do Brato para que as obras fossem feitas. E colocou o valor de apenas R$ 150 mil para ficar compatível com os rendimentos de Bittar. A delação derrete a tentativa de defesa de Lula. Em seu depoimento, Emílio Odebrecht confirmou que gastou R$ 700 mil na obra a pedido de dona Marisa para fazer uma “surpresa a Lula”.
extraídaderota2014blogspot
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