por Felippe Hermes Felippe Hermes
Por onde
quer que se olhe, discutir virou moda. Coxinhas versus mortadelas,
esquerda versus direita, flamenguistas e corintianos, pouco importa. O
fato é que nem mesmo uma foto de um jantar entre amigos é capaz de
passar batida na era dos textões de Facebook. Em tempos assim, encontrar
pontos que sejam pacíficos parece quase impossível. Entre as raras
exceções, desponta cada vez mais o descontentamento com os veículos de
comunicação tradicionais.
Sejamos
francos: pouco importam suas ideias neste aspecto, o fato é que a mídia
tradicional – seja ela impressa ou online – vem perdendo apelo dia após
dia e as razões são inúmeras. Você pode até citar a recente onda de
críticas ao jornalismo Fake News, mas é fácil perceber que este
descontentamento vem de longe, muito longe.
Para a
Gallup, uma das mais renomadas agências de pesquisa americanas, a
confiança na mídia hoje é a menor em cinco décadas. Por aqui, revistas e
jornais perdem em credibilidade para as redes sociais, segundo pesquisa
do Ibope.
No
centro de toda a polêmica há um claro distanciamento entre a redação dos
jornais e sua linha editorial. Imagine por exemplo que em 2015 o jornal
O Globo, um dos maiores do país, lançou em seu site um editorial
defendendo o pagamento de mensalidades nas universidades públicas. No
mesmo ano, os jornalistas de O Globo escolheram o PSOL como melhor
partido da Câmara, justamente o partido que está mais desalinhado com as
ideias supostamente defendidas pelo jornal.
Casos
como esse não são nenhuma exceção. Basta abrir a parte de editoriais de
qualquer grande jornal ou revista e em seguida ir para a sessão de
notícias. As diferenças de abordagem podem ser, de fato, gritantes.
No
entanto, o que poderia ser apenas algo a se lamentar termina sendo uma
grande oportunidade. Mídias independentes, menores, mas com conteúdo
mais bem trabalhado ou focado, ganham espaço respeitando sua própria
linha editorial. Criada em 2016, a Brasil Paralelo é justamente um destes novos casos.
Tendo
sido assistido por mais de 1,5 milhão de pessoas, seu primeiro
lançamento foi um documentário, em cinco capítulos, disponibilizados
online gratuitamente.
Ao
contrário de boa parte da blogosfera surgida nos últimos anos, o que há
de novo por aqui é um caráter 100% privado. Nada de banners de estatais
ou patrocínio de partidos. Este é apenas um dos motivos pelos quais você
deveria dar uma chance e conferir os próximos capítulos da Brasil Paralelo. Abaixo, listamos alguns bons motivos para você não querer perder nada.
1) Cultura depende do Estado
Que o
setor cultural brasileiro é pujante e vibrante você já deve estar
cansado de saber. Porém, mesmo movimentando quase R$ 120 bilhões por
ano, para algumas pessoas o setor ainda depende de ajuda para existir.
FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), leis, agências, decretos e tudo o
mais, garantindo alguns bilhões em subsídio ao setor todos os anos.
Apenas
através de um dos mecanismos de incentivo, o FSA – que consome parte da
sua conta de telefone todo mês, além de uma fatia considerável do seu
ingresso de cinema -, foram R$ 432 milhões liberados em 2015. R$ 130
milhões apenas para financiar filmes, que juntos faturaram R$ 270
milhões (cerca de 10% do total consumido em cinema pelos brasileiros).
Coloque na conta aí outros R$ 210 milhões em apoio ao desenvolvimento da
indústria e você vai perceber o óbvio: nenhuma indústria no país é tão
subsidiada quanto o cinema.
Imagine
então impactar 10 milhões de pessoas e fazer 1,5 milhão delas assistirem
a um documentário sobre política. Parece absurdo? É justamente aí que a
Brasil Paralelo se destaca. Sem reclamar de boicote de sala de cinema
que prefere passar filmes estrangeiros em vez de obras nacionais (como
parecem fazer dez entre dez diretores brasileiros), a empresa inovou ao
construir seu próprio meio de distribuição, 100% online e adaptado à
realidade dos nossos dias. O resultado é evidente. Em 2016, foram sete
os filmes nacionais que atingiram mais de 1 milhão de espectadores. Em
comum, todos são comédias.
R$ 1,5
milhão é também o valor captado para a produção do documentário
“Dirceu”, bancado com recursos da Lei Rouanet. Ao contrário deste, por
aqui não há banner de estatal, carimbo de lei federal com dinheiro
retirado de você ou aquele apoio de empresas interessadas em abater
imposto para fazer publicidade bancada com dinheiro público.
2 – O mito de que o Brasil é um país 100% capitalista
Desde o
básico – como o respeito à propriedade privada – ao mais complexo – como
a estabilidade jurídica -, as relações do Brasil com o capitalismo são o
pano de fundo comum aos cinco capítulos que compõem o documentário.
Como
você já deve estar cansado de saber ao assistir qualquer votação no
Congresso (ou ver a reação de políticos a ideias como Uber e Cabify),
inovar e empreender no Brasil sem a chancela estatal é um sacrilégio dos
grandes. Das bases da nossa Constituição ao sindicalismo e ao
trabalhismo que formam algumas das mentes que comandam o regime no
Brasil, o documentário reforça e embasa algo que, em tese, já deveria
ter se tornado óbvio a qualquer um que acompanhe a política nacional: a
defesa do livre mercado estabelecida na Constituição brasileira não
passa de uma ficção.
Muito
mais do que falar em rankings que abordem liberdade econômica e que
avaliem quantitativamente o quão próximos ou distantes de maior
liberdade estamos, o papo aqui é mais básico e fundamental. Qual a
mentalidade que permeia o estatismo no Brasil? Este é o ponto no capítulo 5, disponível online gratuitamente.
Em
tempos de populismo fiscal e de governantes ávidos por ampliar seu
próprio poder para tapar o rombo criado pela irresponsabilidade no
passado, entender a mentalidade totalitária que sedimenta a elite
política e econômica do país é fundamental, antes de você sair por aí
espalhando que o problema do país é que a arrecadação caiu, ou que as
empresas não pagam o que deveriam.
3 – Existem partidos de direita no Brasil
Mantida
pelo Partido dos Trabalhadores com recursos do Fundo Partidário, a
Fundação Perseu Abramo é responsável por embasar teoricamente as ideias e
rumos do país. Em sua mais recente pesquisa, que avalia o que pensa a
periferia brasileira, a fundação acabou descobrindo a existência de
ideias bastante distintas daquelas defendidas pelos próprios políticos.
Apoio
ao empreendedorismo, rejeição ao conflito pobres x ricos, percepção de
que há um conflito claro entre o estado e os cidadãos, palavras fora de
moda como meritocracia, valores religiosos fortes, ética do trabalho e
valorização das ideias de mercado e de um governo fiscalmente limitado
são algumas delas.
Pare por um minuto e reflita: qual partido brasileiro defende estes mesmos valores no Congresso Nacional?
Não é muito difícil concluir a resposta: absolutamente nenhum.
Ok, você certamente encontrará nomes aqui e ali, mas sejamos claros: qual partido brasileiro defende responsabilidade fiscal, empreendedorismo, governo limitado, etc.? Não há.
A distância entre o que espera boa parte da população e o que propõem os políticos é um abismo quase intransponível e parte fundamental do debate proposto ao longo do documentário.
Como manter um país em que políticos e população têm ideias quase sempre opostas? Até onde é possível ir? Da fundação do país aos dias de hoje, a mudança na mentalidade da classe política está presente em boa parte dos conflitos que esperamos poder resolver. Nem nossos pais fundadores – que de fato existem e vale muito a pena conhecê-los – poderiam prever o descalabro e o isolamento que tomou conta do centro de poder federal.
No capítulo 6, Impeachment, você confere ainda a fundação dos partidos e uma análise sobre suas origens mais à esquerda.
Nos últimos anos, poucas coisas têm sido mais controversas em relação à esquerda do que apontar o óbvio: como os planos de poder se organizam, planejam, semeiam e se desenvolvem até ocupar determinados espaços.
Veja bem, a ideia aqui é simples. Na disputa política, organização é fundamental. Mas quando apontamos que a eleição do Partido dos Trabalhadores ou que a ascensão de inúmeros regimes alinhados no continente sul-americano no início do século não foi coincidência, tudo parece ficar nebuloso.
São encontros internacionais documentados, planos bem definidos e pautas em comum, buscando ampliar o alcance dessas ideias. Tudo isso é desenhado ao longo do capítulo 3 da Brasil Paralelo, em um resumo sobre o que você precisa saber como planos de poder se organizam e crescem.
Entender como isso ocorreu é fundamental para qualquer um que queira se situar melhor no jogo político brasileiro e enxergar além do óbvio.
A retórica anti-EUA é marca registrada da esquerda latino-americana. Dos clássicos, como “As Veias Abertas da América Latina”, ao também consagrado “100 Anos de Solidão”, o imperialismo e as relações conturbadas com o vizinho rico que mora ao norte fazem parte do imaginário popular.
Se bradamos por aqui “Fora FMI!” ou “Fora Alca!”, lutamos por protecionismo e criamos teorias da conspiração sobre os planos americanos para roubar nossa água, petróleo, floresta ou o que quer que seja, a relação com o dinheiro americano costuma ser um pouco diferente.
De campanhas de desarmamento a blogs e sites, os americanos financiam, e muito, iniciativas no Brasil. São nomes conhecidos, como a Mídia Ninja, que recebe dinheiro do bilionário George Soros; o portal The Intercept, bancado pela Omnydar; e a Agência Pública, também financiada por Soros e Omnydar, além da Fundação Ford. Esta última também financiou institutos como o Sou da Paz, que chegou a ser proibido de participar da campanha pelo desarmamento em 2005 por receber recursos estrangeiros.
Nada disso deveria ser novidade, mas aparentemente ainda se encontra em território nebuloso. Ao menos, se encontrava. No capítulo 4 da série, você verá documentos e um resumo da contabilidade das mais diversas ONGs, mostrando o que de fato correlaciona socialistas brasileiros e grandes bilionários americanos.
Na batalha retórica, poucas coisas foram tão repetidas ao longo dos últimos meses quanto a tentativa de transformar a ex-presidente Dilma Rousseff em vítima de um golpe para tirá-la do poder. A negação do crime de responsabilidade fiscal é apenas o básico.
Um olhar mais aprofundado sobre um período histórico tão conturbado e que certamente impactará o país ao longo das próximas décadas é também relevante para que você não caia em conversas mais do que batidas ou argumentos meramente retóricos, que façam o país retroceder ao velho “nós contra eles”.
Não apenas você estará melhor preparado para 2018, como também estará prevenido de pagar mico por aí gritando frases de efeito e repetindo clichês. Entre se informar ou repetir o discurso do senso comum, a escolha, como sempre, é toda sua.
Este acabou se tornando um capítulo à parte. Lançado na última terça-feira, quatro de abril, o capítulo “Impeachment – do apogeu à queda
” traz um resumo daquilo que você não viu na grande mídia sobre os longos nove meses em que Dilma lutou para não cair. Dos fatos jurídicos aos argumentos políticos, tudo está bem contemplado neste capítulo.
extraídadespotiniks.com
Ok, você certamente encontrará nomes aqui e ali, mas sejamos claros: qual partido brasileiro defende responsabilidade fiscal, empreendedorismo, governo limitado, etc.? Não há.
A distância entre o que espera boa parte da população e o que propõem os políticos é um abismo quase intransponível e parte fundamental do debate proposto ao longo do documentário.
Como manter um país em que políticos e população têm ideias quase sempre opostas? Até onde é possível ir? Da fundação do país aos dias de hoje, a mudança na mentalidade da classe política está presente em boa parte dos conflitos que esperamos poder resolver. Nem nossos pais fundadores – que de fato existem e vale muito a pena conhecê-los – poderiam prever o descalabro e o isolamento que tomou conta do centro de poder federal.
No capítulo 6, Impeachment, você confere ainda a fundação dos partidos e uma análise sobre suas origens mais à esquerda.
4 – É tudo teoria da conspiração!
Nos últimos anos, poucas coisas têm sido mais controversas em relação à esquerda do que apontar o óbvio: como os planos de poder se organizam, planejam, semeiam e se desenvolvem até ocupar determinados espaços.
Veja bem, a ideia aqui é simples. Na disputa política, organização é fundamental. Mas quando apontamos que a eleição do Partido dos Trabalhadores ou que a ascensão de inúmeros regimes alinhados no continente sul-americano no início do século não foi coincidência, tudo parece ficar nebuloso.
São encontros internacionais documentados, planos bem definidos e pautas em comum, buscando ampliar o alcance dessas ideias. Tudo isso é desenhado ao longo do capítulo 3 da Brasil Paralelo, em um resumo sobre o que você precisa saber como planos de poder se organizam e crescem.
Entender como isso ocorreu é fundamental para qualquer um que queira se situar melhor no jogo político brasileiro e enxergar além do óbvio.
5 – Socialistas não gostam de dinheiro americano
A retórica anti-EUA é marca registrada da esquerda latino-americana. Dos clássicos, como “As Veias Abertas da América Latina”, ao também consagrado “100 Anos de Solidão”, o imperialismo e as relações conturbadas com o vizinho rico que mora ao norte fazem parte do imaginário popular.
Se bradamos por aqui “Fora FMI!” ou “Fora Alca!”, lutamos por protecionismo e criamos teorias da conspiração sobre os planos americanos para roubar nossa água, petróleo, floresta ou o que quer que seja, a relação com o dinheiro americano costuma ser um pouco diferente.
De campanhas de desarmamento a blogs e sites, os americanos financiam, e muito, iniciativas no Brasil. São nomes conhecidos, como a Mídia Ninja, que recebe dinheiro do bilionário George Soros; o portal The Intercept, bancado pela Omnydar; e a Agência Pública, também financiada por Soros e Omnydar, além da Fundação Ford. Esta última também financiou institutos como o Sou da Paz, que chegou a ser proibido de participar da campanha pelo desarmamento em 2005 por receber recursos estrangeiros.
Nada disso deveria ser novidade, mas aparentemente ainda se encontra em território nebuloso. Ao menos, se encontrava. No capítulo 4 da série, você verá documentos e um resumo da contabilidade das mais diversas ONGs, mostrando o que de fato correlaciona socialistas brasileiros e grandes bilionários americanos.
6 – Impeachment é golpe!
Na batalha retórica, poucas coisas foram tão repetidas ao longo dos últimos meses quanto a tentativa de transformar a ex-presidente Dilma Rousseff em vítima de um golpe para tirá-la do poder. A negação do crime de responsabilidade fiscal é apenas o básico.
Um olhar mais aprofundado sobre um período histórico tão conturbado e que certamente impactará o país ao longo das próximas décadas é também relevante para que você não caia em conversas mais do que batidas ou argumentos meramente retóricos, que façam o país retroceder ao velho “nós contra eles”.
Não apenas você estará melhor preparado para 2018, como também estará prevenido de pagar mico por aí gritando frases de efeito e repetindo clichês. Entre se informar ou repetir o discurso do senso comum, a escolha, como sempre, é toda sua.
Este acabou se tornando um capítulo à parte. Lançado na última terça-feira, quatro de abril, o capítulo “Impeachment – do apogeu à queda
” traz um resumo daquilo que você não viu na grande mídia sobre os longos nove meses em que Dilma lutou para não cair. Dos fatos jurídicos aos argumentos políticos, tudo está bem contemplado neste capítulo.
extraídadespotiniks.com
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