por Ricardo Galhardo O Estado de São Paulo
A disposição do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci de se colocar à disposição da Operação Lava Jato para fornecer novos fatos e nomes provocou dois tipos de reação no PT.
Alguns dirigentes e líderes chegaram a usar expressões alarmistas como “hecatombe”, “bomba H”, “fim de tudo”, “pá de cal” para descrever uma possível delação premiada do ex-ministro. Eles lembraram que Palocci foi o principal interlocutor do partido com o grande capital desde que assumiu a coordenação do programa de governo da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em janeiro de 2002, e, mesmo fora do governo, continuou exercendo esse papel até bem pouco tempo atrás. Portanto, o ex-ministro tem o mapa do dinheiro que passou pelo partido e nomes de aliados e expoentes do governo desde que o PT assumiu o Planalto, em 2003.
Outro grupo interpretou a disposição do ex-ministro como um recado implícito aos setores empresarial e financeiro. Esses petistas acreditam que uma possível delação de Palocci poderia, sim, afetar de maneira negativa o ex-presidente Lula reforçando indícios já conhecidos e preenchendo lacunas que possam levar a uma condenação do petista, mas avaliam que, pela forma como o ex-ministro se expressou, fazendo menção a “um caminho” específico, o alvo da mensagem não é o PT.
Um petista graúdo lembrou que um pedido de habeas corpus de Palocci foi negado recentemente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, agora, vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, uma Corte, na opinião dele, mais suscetível a pressões externas de grupos poderosos, como o setor bancário, com o qual o ex-ministro tinha fortes laços. O dirigente cita como exemplo para uma possível decisão favorável a Palocci o caso da ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo, que ganhou direito à prisão domiciliar dias após notícias de que delataria membros do Judiciário.
Lula, segundo aliados, demonstrou mais preocupação com o depoimento de Léo Pinheiro, da OAS, mas pessoas em seu entorno ficaram irritadas com Palocci.
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