Não tem jeito! Este governo parece ser viciado em mentira e desmoralização. Virou um método
Por: Reinaldo Azevedo
Um dos
problemas do governo Dilma, entre muitos, é que, quando a turma não tem o
que dizer, diz qualquer coisa — inclusive mentiras em penca.
Mas aí ou os
eventos anunciados se esquecem de acontecer. Ou nem podem mais se dar
porque se trata de uma recriação do passado. Só mesmo chamando o
Super-Homem para fazer a Terra girar ao contrário, né?, para reescrever a
história. Mas isso é ainda mais difícil do que estocar vento. Então se
vão estocando mentiras.
A presidente
Dilma e seu antecessor, o Apedeuta da Silva, tentaram arrancar nossas
lágrimas afirmando que as pedaladas foram dadas para arcar com os
programas sociais. Assim, os que são críticos do procedimento seriam, na
verdade, contra os pobres.
Reportagem de Dimmi Amora na Folha desta
segunda, evidencia que “cerca de 35% dos valores envolvidos nas
manobras (…) estão relacionados a financiamentos subsidiados para
empresas e produtores rurais de médio e grande porte”. A reportagem
chegou a essa conclusão com dados enviados ao jornal pelo BNDES e pelo
Banco do Brasil.
Segundo o levantamento, dos R$ 40 bilhões, vamos dizer, pedalados, R$ 14 bilhões foram para esses dois setores.
Segundo o
BNDES e o Banco do Brasil, informa o jornal, “os financiamentos a
grandes empresas e ruralistas de médio e grande porte correspondem a 47%
e 63%, respectivamente, dos valores financiados nessas linhas de
crédito”.
Houve uma
parte da pedalada destinada a programa sociais? Houve, sim. Segundo o
TCU, “no caso da Caixa, o rombo para pagar o Bolsa Família,
seguro-desemprego e abono salarial chegou a quase R$ 6 bilhões no meio
do ano passado, mas foi praticamente todo quitado em 2014”. O governo
também usou recursos do FGTS para o Minha Casa, Minha Vida. O tribunal
diz que ainda falta quitar R$ 1,2 bilhão.
Então vamos
lá. O governo poderia ter tentado argumentar que assim procedeu porque,
se suspendesse operações de crédito em razão da falta de repasses, seria
pior para o país já que dois setores importantes da economia poderiam
ficar em apuros, o que seria ruim para a população.
Poderia vir a
público para explicar que suas operações com grandes empresas e com
produtores rurais são socialmente justas porque evitaram, sei lá,
desemprego, quebra da safra etc. Notem: não estou encontrando
justificativas. Estou é dizendo que, flagradas as contas mentirosas,
Dilma poderia ter, ao menos, buscado o lado virtuoso da verdade, havendo
algum.
O que estou
dizendo? Flagrado, o governo poderia ao menos ter dito a verdade,
esforçando-se para encontrar a relevância social da pedalada. Preferiu, e
parece viciado nisto, o caminho da mentira e desmoralização.
extraídadereinaldoazevedoveja
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