por Guilherme Fiuza O Globo
Quem roubou não pode chamar o PT de ladrão, disse Luiz Inácio da Silva.
Ou seja: ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, mas ladrão que
xinga ladrão vai se ver com Lula. Até que enfim, uma medida
moralizadora. O PT quer ser respeitado ao menos pelos bandidos — o que
dentro da cadeia é uma coisa importante.
E por falar em bandido, roubo e cadeia, o delator Fernando Baiano disse
que deu R$ 2 milhões do petrolão à nora de Lula. Enquanto isso, retorna à
pátria (e à Papuda) Henrique Pizzolato, um dos heróis petistas do
mensalão. As obras completas dos companheiros nestes 13 anos são
realmente impressionantes. Se o governo do PT fosse um filme, seria o
“Sindicato dos ladrões” — com todo o respeito. O mais curioso é como o
Brasil se harmonizou bem com esse projeto criminoso de poder, na
definição do ministro Celso de Mello (que não roubou, então pode dizer
que o PT é ladrão).
Pizzolato esfaqueou o Banco do Brasil, Baiano esfolou a Petrobras — e
esses são apenas dois agentes do maior sistema de corrupção da história,
regido pelo PT de dentro do Palácio do Planalto. Agora tirem as
crianças da sala para a notícia estarrecedora: o PT continua dentro do
palácio.
Como escreveu Fernando Gabeira, o Brasil desmoralizou a instituição do
batom na cueca. A mancha veio da lavanderia, o batom era progressista e a
cueca era do bem. O ministro Gilmar Mendes disse que Dilma não precisa
de um Fiat Elba como o de Collor para cair. Claro que não. Ela pode cair
pedalando — o que seria inclusive menos poluente. As pedaladas fiscais
que o TCU já condenou são crime de responsabilidade, e constituem uma
fração do tal projeto criminoso — que não é feito só de mensalões e
pixulecos, mas também de fraudes contábeis para maquiar o rombo.
Não deixem as crianças ouvirem: essa orgia companheira acaba de render
ao Brasil o selo de país caloteiro. Agora sejam fortes: as pedaladas
continuaram este ano, depois de flagradas e desmascaradas, e pelo menos
uma das centrais de tramoias do petrolão continuou ativa depois da
revelação do escândalo. Deu para entender? O PT é o cupim do Estado
brasileiro, e não dá para pedir a ele: senhor cupim, por favor, poderia
parar de devorar a mobília até 2018? O Brasil está esperando que os
cupins passem a se alimentar de vento estocado e façam o ajuste fiscal.
Dilma Rousseff declarou na Finlândia que este governo não está envolvido com corrupção. É verdade.
A corrupção, coitada, é que está envolvida com este governo. De cabo a rabo. A Lava-Jato já apresentou as evidências de que a própria reeleição de Dilma se alimentou do petrolão — e Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, está preso por causa disso. Mas o governo promete tapar o rombo, e lá estão os brasileiros com os braços estendidos para a seringa da nova CPMF, ou bolsa cupim. Contando, ninguém acredita.
A corrupção, coitada, é que está envolvida com este governo. De cabo a rabo. A Lava-Jato já apresentou as evidências de que a própria reeleição de Dilma se alimentou do petrolão — e Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, está preso por causa disso. Mas o governo promete tapar o rombo, e lá estão os brasileiros com os braços estendidos para a seringa da nova CPMF, ou bolsa cupim. Contando, ninguém acredita.
Nesse meio tempo, num lugar muito distante da Finlândia, o Banco Central
informa que desistiu de cumprir a meta fiscal. Note bem: não foi uma
frase de Mercadante, Mantega ou outra das nossas autoridades de
picadeiro. O Banco Central do Brasil, espremido entre a inflação e a
recessão, teve que largar no chão a arma da política monetária:
simplesmente não há o que fazer para respeitar a meta fiscal em 2016.
Dilma reagiu: pediu à sua equipe econômica para flexibilizar a meta
fiscal. Nessa linha, poderia aproveitar e pedir para flexibilizar o
Código Penal. Seria mais eficaz neste momento.
O governo parou. Dilma, a representante legal (sic) do projeto criminoso
de poder, está morando de favor no palácio. Conta com a blindagem do
STF aparelhado, do companheiro procurador Janot e de um bando de
inocentes úteis que doam suas reputações em troca de uma fantasia
progressista cafona (alguns perderam a inocência na tabela dos
pixulecos). Quem pode descupinizar o palácio é o Congresso Nacional. O
pedido de impeachment está nas mãos do presidente da Câmara, que um
Brasil abobado transformou em inimigo público número um — porque aqui
quem assalta com estrelinha no peito é herói. Eduardo Cunha pode ser
cassado, condenado ou execrado, só não pode roubar a cena daqueles que
roubaram o país inteiro.
Os brasileiros que estão autorizados por Lula a chamar o PT de ladrão
estão chegando a Brasília, acampando em frente ao Congresso Nacional.
Quando deputados e senadores estiverem devidamente cercados pela
multidão, brotará num passe de mágica sua responsabilidade cívica. Aí os
nobres representantes do povo farão, altivamente, a descupinização do
palácio — sem traumas, em nome da lei. O resto é com a polícia.
extraídaderota2014blogspot
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