MIRANDA SÁ -
Um
deputado idiota propôs a criação do “Dia do Saci” e outro, tanto ou
mais, apresentou o projeto para comemorar a data com caráter xenófobo,
querendo confrontá-la com a festa do Halloween importada dos EUA.
Dá
para imaginar a origem deste besteirol: A proposta foi de Aldo Rebelo
(PCdoB) e o projeto elaborado por Chico Alencar (PSOL) e Ângela
Guadagnin (PT), uma trinca extraterrestre que acredita enfrentar dessa
maneira o “imperialismo”. Desconhecem que o Halloween tem uma origem
muitas vezes secular, de origem celta.
A mania dessas efemérides também ocorre nas ONGs World Land Trust e Rainforest Trust,que
criaram o Dia da Anta, comemorado no próximo dia 31 de outubro. Com a
defesa das baleias desgastada, os “ambientalistas” gringos prometem
preservar as antas ameaçadas de extinção.
Yes,
nós temos anta! O mamífero brasileiro da família Tapiridae, Tapirus
terrestris. O engraçado é que os tupis chamavam-na de “tapir”, derivado
do original tapi’ira, e assim entrou na classificação zoológica.
Entretanto, adotamos o termo “anta” que vem do árabe “lamta”. E assim o
“imperialismo lingüístico” se firmou…
O
corpo da anta brasileira tem o formato parecido com os porcos, o que
nos leva à “Revolução dos Bichos”, de George Orwell, de onde parece que
derivou o apelido de “Anta” conferido à presidente Dilma.
Alcunhas
são tradicionalmente atribuídas a presidentes brasileiros. Lembro que
Getúlio Vargas era chamado de “Gêgê”; Eurico Dutra, “Caneco”; Juscelino
Kubistchek, “Pé de Valsa”; Itamar Franco, Topetão”; e, José Sarney,
“Madre Superiora”… Dos militares, desconheço, por que ficaram restritos à
caserna.
No
caso de Dilma, parece que veio do seu modo de andar desajeitado, mesmo
agora que emagreceu; dizem, porém que nasceu do alheamento igual ao do
animal homônimo, conforme registram os caçadores.
Os
gozadores intelectualizados das redes sociais garantem que é mesmo uma
alusão aos porcos humanizados de Orwell que traíram a revolução, como
fez o Partido dos Trabalhadores cujo programa original se degenerou ao
chegar ao poder.
Prefiro
a primeira versão, o tédio de Dilma pela coisa pública. É notável a sua
alienação nos problemas políticos e econômicos, uma indiferença por
tudo que lhe cerca como as tenebrosas transações urdidas na Casa Civil,
ao lado de seu gabinete.
Para
reforçar a distração dos tapires, atribuem a Dilma presunção de
inocência nos escândalos criminosos da Petrobras, quando, presidente do
Conselho, assinou a compra da Refinaria de Pasadena e, como ministra,
fazendo nomeações nada ortodoxas.
Sinceramente,
nesta selva em que o Brasil se transformou na Era Lulo-Petista, vemos
muitas cobras e lagartos; e não é difícil descobrir também camaleões
mudando de cor conforme as circunstâncias…
Vivendo
infelizmente no matagal da pelegagem, ouvi o comentário de um vizinho
referindo-se aos bons tempos do Rio, sem violência, sem sujeira nas
ruas, com assistência de saúde e escolas públicas de qualidade. Ele
disse que tinha saudade dos “tempos do onça”, expressão que há muito
tempo não ouvia… Lembrei-me até de um frevo (acho que do Capiba) que
cantava “Soltaram a Onça, corre todo mundo”…
Na
verdade, o “Tempo do Onça” é mais antigo, do início do século 18.
“Onça” era o apelido dado ao governador do Rio de Janeiro, Luiz Vahia
Monteiro, que governou com probidade e rigoroso cumprimento das leis,
sendo por isto respeitado pelo povo.
Os
sucessores de Luiz Vahia não herdaram suas qualidades, e a população
revoltou-se diante da falta de honradez, a insegurança e o abandono da
capital, suspirando nos quatro cantos do Rio: “Ah, no tempo do Onça é
que era bom!”.
No
nosso caso não e lamentação, é revolta. Está insuportável ver-se o País
no abandono, entregue a uma organização criminosa e uma governanta
desacreditada, levando até nos discursos pronunciados na ONU suas
mentiras compulsivas. Em vez de manifestar mágoa, temos ódio, queremos
esquecer em breve “o tempo da Anta”!
extraídadetribunadaimprensaonline
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