Ranier Bragon e Márcio Falcão - Folha de São Paulo
Famosa por reembolsar as mais diversas modalidades de gasto, a Câmara
também banca despesas telefônicas dos deputados. Contas altas são
comuns, mas chama a atenção a fatura do peemedebista Eduardo Cunha (RJ),
candidato favorito à presidir a Casa a partir de fevereiro.
Campeão no gasto com celulares e fixos entre os 513 deputados, ele já
cobrou R$ 108 mil de reembolso neste ano (até outubro). Uma conta média
de R$ 10,8 mil por mês.
Como líder da bancada, Cunha tem direito ainda a outros telefones da
ampla Liderança do PMDB, que é o gabinete que ele usa com mais
constância. Esses gastos não entram na cota listada acima.
Vicentinho (SP), líder da bancada do PT, a maior da Casa, pediu R$ 20,7
mil por gastos de telefonia nos primeiros dez meses de 2014. Apenas 19%
do valor total ressarcido a Cunha no mesmo período.
Eduardo Cunha afirma que o telefone é muito importante para sua
atividade. Diz que a maior parte dos gastos é com um pacote de serviços
de rádio da Nextel, com o qual consegue falar com os funcionários de
seus gabinetes em Brasília e no Rio sem cobrança de interurbano, pagando
apenas a assinatura.
Do valor das faturas ressarcidas, 40% são dessa operadora. Segundo ele, entre 10 e 12 linhas ficam a disposição dos assessores.
O deputado destaca que não usa o limite da verba indenizatória –R$ 32,6
mil mensais, destinados também a gastos como alimentação, combustível,
aluguel de escritório e hospedagem– e que as faturas de telefone são
frutos exclusivos de atividade parlamentar.
"Cada um usa [a cota] naquilo que é melhor [para o mandato]. Para mim, a
despesa de telefone é cara ao meu mandato, para o exercício da
atividade", afirmou.
O ato da Mesa que instituiu a Cota para o Exercício da Atividade
Parlamentar diz que o reembolso será feito apenas por gastos com "contas
telefônicas de comprovada responsabilidade do deputado", além de
ligações a cobrar, interurbanas, nacionais e internacionais originadas
nos ramais dos gabinetes.
FONTE ROTA2014
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