Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 21 de março de 2013

Prédios culturais do DF não têm aval dos bombeiros

Prédios culturais do DF não têm aval dos bombeiros

Segurança. GDF admite que Teatro Nacional, por exemplo, não responde a 26 exigências de prevenção contra incêndios. O subsecretário do Patrimônio Artístico e Cultural, José Delvinei, afirma que todos os produtores sabem da situação

Pessoas que procuram se divertir no Distrito Federal estão passíveis de ser vítimas de uma tragédia similar à que ocorreu na Boate Kiss, em Santa Maria. Os prédios culturais do DF têm falhas de segurança graves, como falta de sinais para saídas de emergência e alarmes de incêndio defasados. Mais: o subsecretário do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, José Delvinei, admitiu ao Metro que nenhum deles possui alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros.

“Todas as obras feitas nas décadas de 1960 e 1970 e até algumas recentes, como o Museu Nacional da República, não levaram em conta a Lei de Acessibilidade, de 2004”, afirmou Delvinei. “Por isso, todas têm que se adaptar à legislação para recebero Habite-se (certificado de que o estabelecimento obedece às normas de segurança da cidade)”. Segundo ele, a lei determina, por exemplo, que os prédios públicos tenham saídas de emergência com rampas em vez de escadas. ...


O Metro teve acesso a um documento com 26 exigências do Corpo de Bombeiros para que o Teatro Nacional, maior casa de espetáculos da cidade, receba o alvará. O arquivo deixa claro que o problema vai muito além das normas de acessibilidade, ao contrário do que afirmou Delvinei.


Faltam: sinalizadores de rotas de emergência; manutenção nas barras antipânico; instalação de sistema de sprintlers, detecção e alarme de incêndio; e brigadas de incêndio apropriadas, entre outras carências. “Temos uma autorização precária para funcionamento, dada pelos bombeiros”, afirma Delvinei.


“Vem cá, existe meio queimado? Então como é que pode haver um alvará pela metade?”, questiona Norma Lillia, que foi a primeira produtora cultural a cancelar um espetáculo após tomar conhecimento da falta de alvará. “Falei para eles: não serei conivente com isso. E mais: comunicarei a mídia. Não se trata mais de minhas alunas de balé e meus convidados. Trata-se de toda a população do DF.”


Delvinei diz que todas as equipes que realizam eventos no local são alertadas do problema. Nenhuma, até hoje, havia denunciado a situação.


Por Nana Queiroz
Fonte: Jornal Metro Brasília -

 

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