Jornalista Andrade Junior

sábado, 5 de janeiro de 2013

Os anos terminados em três

POR CARLOS CHAGAS
Em política, os anos terminados em “3” possuem singular característica: mesmo pequenos,   constituem-se na ante-sala de grandes acontecimentos. Exprimem o ensaio-geral de dramas ou farsas subseqüentes.    Vale assinalar  os exemplos no período de vida de quem escreve.
1943 marcou a virada na Segunda Guerra Mundial e,  no  Brasil, o Manifesto dos Mineiros anunciou o fim  da ditadura do Estado Novo.


1953, com Getúlio Vargas de novo no poder, exasperou-se a reação dos conservadores. Ainda que  sem povo, a conspiração foi para a rua, prenunciando os graves acontecimentos do ano seguinte, com o suicídio  do presidente e o retrocesso no plano social. ...

1963, novamente a chama reacionária dividia o país,  preparando   o golpe militar de um ano depois, com  duas décadas de ditadura.


1973 trouxe a substituição do ditador absoluto, Garrastazu Médici, pelo ditador meia-sola, Ernesto Geisel, que em seguida iniciou   o processo de abertura política. Ao mesmo tempo, naquele ano, desfez-se a ilusão do milagre brasileiro.

1983 revelou a exaustão do regime autoritário. O povo foi para as  ruas exigindo diretas já e a eleição de Tancredo Neves, no ano seguinte, mudou tudo.

1993 repôs o Brasil  nos trilhos, com Itamar Franco na presidência, responsável logo depois pela eleição de  Fernando Henrique, a promessa mal-eleita que a todos iludiu.

2003, com Lula sendo alçado ao  poder, inundou   o país de esperança por oito anos,  nem tanto assim realizada, mas com energia suficiente para fazer de Dilma Rousseff a sucessora.

Agora, 2013, prenúncio de que?  Se mantida a rotina de  os anos terminados em “3” formarem a base de posteriores e grandes   mudanças,   vale projetar  2014, com sucessão presidencial  e mais um monte de incógnitas. Mas de olho com lupa em 2013.  Nem com bola  de cristal será possível prever as armações que o ano em curso nos reserva para o seguinte.  Basta imaginar que tudo o que acontecer depois estará sendo desenrolado agora.

 
Por Carlos Chagas

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