Por PChagas
Próximo à primeira vitória de Lula nas eleições presidenciais, o Jornalista João Mellão Neto escreveu um artigo intitulado “O.K., Lula, você venceu”.
Nele o articulista chamava a atenção do presidente em vias de ser eleito para o respeito que deveria ter à chamada “Lei do Mercado”, ou ao próprio “Mercado”, como quis o autor.
As recomendações precisas e oportunas que João Mellão fazia a Lula deveriam ter sido lidas e seguidas por Dilma I quando ganhou as eleições de 2010 nas costas do prestígio fraudulentamente conquistado por seu “padrinho” – tudo a ver com a “Máfia”-. Não o fez e deu no que deu!
Agora, no início da etapa Dilma II de sua passagem pela “hiztória dezte paíz” e à luz do estrondoso fracasso da etapa Dilma I, com as devidas adaptações, mas sem desvirtuar o sentido do texto original, vale recordar e alertar a governanta do novo ciclo para trechos daqueles valiosos ensinamentos:
“Dilma,
Já em janeiro do ano que vem, você iniciará seu último (graças a Deus!) período de desgoverno. O que mudará no Brasil daí em diante? É difícil saber.
Sua proposta de governo ainda não é conhecida, apenas suposta. Por enquanto, parece, é uma apropriação indecorosa do plano do seu adversário.
Você já descobriu que governar é criar descontentes. Fernando Henrique, quando assumiu o poder, pediu a todos que esquecessem o que ele havia escrito. Você haverá de pedir que esqueçam tudo o que você tem feito.
As realidades amargas que você produziu estão à sua espera a partir de 2015. E você não poderá evadir-se delas. Você descobrirá, por exemplo, que o figurino moderado e conciliador que os seus marqueteiros lhe sugeriram para depois do pleito não se extingue na sua nova posse. Você terá de vestir esta máscara durante todo o tempo em que lhe resta de poder.
Moleza no Congresso você não terá. Como já não vem tendo desde o fim das eleições. Os parlamentares, que sempre apóiam presidentes em início de mandato, não farão isto por você. Você terá de conquistá-los. E isso, por si só, significa abrir mão de inúmeras de suas ideias e convicções.
Não se sinta tentada a afrontar o Congresso. Antes de você, Jânio e Collor já o fizeram. E os resultados não foram animadores.
Conquistada, a duras penas, a boa vontade parlamentar, você poderá, então, dedicar-se ao seu sonho de revolucionar o Brasil. Você terá ganas de tentar livrar-se desse perverso modelo econômico neoliberal que o desastre criado por Dilma I lhe impôs. Não será fácil.
Você já descobriu, e terá que humildemente aceitar, que o mundo globalizado de hoje é todo ele ‘neoliberal’. Você perguntará: Um outro mundo é possível? Talvez. Mas, por enquanto, essa hipótese não passa de um slogan. Você terá de lidar com esse mundo, mesmo. E esse mundo é movido pelas cruéis e implacáveis forças do mercado. Maldito mercado! Dirá você. Ele não pode prevalecer sobre as necessidades humanas! - Diga-se, suas e dos “petralhas” que lhe cobram facilidades e propinas.
Não tente telefonar-lhe. Não haverá ninguém na outra ponta da linha. Outra terrível descoberta.
Você, como seu padrinho, passou anos criticando o mercado e agora percebe que o mercado não é uma pessoa, nem um grupo de pessoas, nem sequer uma corporação. Ninguém o dirige, ninguém o orienta, ninguém é capaz de freá-lo. Ele é tão-somente uma realidade.
Não tente afrontá-lo, Dilma. Muitos tentaram, é verdade. Mas não há no mundo um exemplo sequer de alguém que tenha conseguido fazê-lo com sucesso. Erguer barreiras para contê-lo é condenar-nos a permanecer no atraso e na miséria que você nos impôs.
É isso aí, Dilma. Você é a governanta, mas quem manda na economia é o mercado. Você quer reestatizar? Esqueça, pois o mercado não deixa. Você quer confiscar propriedades? Desista, porque o mercado resiste. Você pretende supertaxar os ricos? Não insista, porque o mercado reage. Você tenciona dar um calote na dívida? Não tente, porque o mercado se vinga.
Mas, afinal, que diabos posso fazer? Novamente você haverá de perguntar. Muita coisa, desde que obedeça às regras do mercado. Respeite a propriedade privada, não tolha a livre iniciativa, não iniba os fluxos de investimentos, não gaste mais do que arrecada, não se fie em dinheiro emprestado. O resto você pode fazer à vontade.
E as políticas sociais que eu prometi na campanha? Você pode empreendê-las desde que não estoure o Orçamento como fez em Dilma I. Existe uma Lei de Responsabilidade Fiscal, você sabe disso, tanto que paga até propina por decreto para livrar-se dela.
Que se dane a lei. Vou gastar o necessário para que haja distribuição de renda! Se você voltar a fazer isto, multiplicará o déficit que você criou, para cobri-lo você gerará mais inflação do que Dilma I tem criado; ao gerar mais inflação, você reconcentrará ainda mais a renda... Mas, então, de que me adianta ser governanta?! Boa pergunta, Dilma.
Percebeu agora que essas idéias só são úteis na oposição? “
Reverenciando a perspicácia do Jornalista João Mellão Neto.
Gen Bda Paulo Chagas
FONTE AVERDADESUFOCADA
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