Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que aconteceu com a FARC-Política?



Os bandidos desarmados das FARC continuam tão faceiros como há uma década.
Algumas organizações de esquerda “defensoras de direitos humanos” na Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Brasil e Bolívia estão untadas até a medula com as FARC.

Há cinco anos as Forças Militares da Colômbia abateram em território equatoriano o terrorista Raúl Reyes das FARC.

Da tormenta política desatada pela intrépida incursão militar no santuário das FARC no Equador, o qual era consentido e autorizado pelo próprio presidente Rafael Correa, saiu à luz a evidente existência de uma sistemática trama de FARC-Política.
Acostumados como estamos os colombianos a conviver com ruídos midiáticos, vimos e ouvimos nos meios de comunicação os fragmentos que desde o Ministério da Defesa um burocrata de sobrenome Jaramillo e camarada de Juan Manuel Santos, permitiu publicar a seu gosto e a conta-gotas, com alguns poucos apartes das reveladoras informações acerca do Complô contra a Colômbia, tecido pela ditadura cubana, o chavismo, Lula, Correa e outros bandidos de colarinho branco.
De maneira muito fragmentada, foram reveladas informações muito sérias acerca da FARC-Política. Por exemplo, que a senadora que se apresentava como suposta mediadora e pacifista angelical, pertence a elas; que alguns integrantes de FENSUAGRO estavam muito ligados aos terroristas; que o camarada-colaborador de um jornal dos comunistas chique delinqüe como o cognome de “Toledo”; que o irmão de Granda é um bandido de sete costados com fachada de docente universitário; que alguns sindicalistas e um renomado jornalista eram mediadores para comprar armas anti-aéreas no mercado negro do Oriente Médio.
Que um ex-presidente da Costa Rica era “unha e carne” com Raúl Reyes; que os chefes dos partidos comunistas de todo o continente e outros bandidos da Espanha e Itália fazem parte da Frente Internacional das FARC; que uma deputada terrorista equatoriana é gêmea siamesa de Correa e das FARC; que a falecida ministra da Defesa equatoriana era íntima de Reyes e dos bandidos da Frente 48 das FARC.
Que havia prefeitos, deputados, vereadores, funcionários judiciais e outros da mesma pelagem implicados em tratos e projetos organizacionais com as FARC. Que as FARC têm propriedades no Equador, Panamá, Brasil, El Salvador e Venezuela. Que Chávez se comprometeu a entregar 300 milhões de dólares e contatos com traficantes de armas para dotar as FARC com mísseis terra-ar.

Que algumas organizações de esquerda “defensoras de direitos humanos” na Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Brasil e Bolívia estão untadas até a medula com as FARC. Que um bandido de colarinho branco de cognome “Tino” é deputado na Venezuela e agente diplomático das FARC no exterior, e quem quiser que acredite, que até um senador gringo com mais alguns intelectuais dos Estado Unidos eram idiotas úteis dos terroristas.

Tremendas realidades trazidas à luz, desmascararam quase toda a complexa trama urbana, política, econômica, financeira e diplomática do grupo terrorista, razão e óbice de sua nefasta sobrevivência, apesar da persistente ação militar das tropas para erradicar o câncer da sociedade colombiana. Tanto assim foi, que em sua última comunicação com as frentes das FARC o próprio Tirofijo reconheceu: “Não só caiu o camarada Raúl com todo o seu comando, senão que ficaram nas mãos do inimigo todos os segredos das FARC”.
A impressionante bagagem de informações e bases probatórias para incrementar a mais sólida ação legal contra o Partido Comunista Clandestino, as Milícias Bolivarianas e o Movimento Bolivariano Clandestino, parecia alentador para o bem da Colômbia mas, por estranha e suspeita coincidência, as investigações a respeito andaram, e continuam sua marcha em ritmo de tartaruga manca.
Até o vergonhoso extremo histórico que um grupo de altos magistrados, desses mesmos que estabelecem seus salários com a bagatela de 25 milhões de pesos mensais [1], mais gratificações e outras vantagens por seu “abnegado” trabalho jurídico, obstinados em continuar como uma espécie de partido de oposição ao governo de Uribe, sentenciaram em meio de sua “erudita sapiência” para concluir que toda a delinqüência de colarinho branco conchavada com as FARC é inocente, porque os computadores de Reyes foram trazidos à Colômbia de maneira irregular.
Segundo os sábios e doutos jurisprudentes que sentenciaram esse caso amparados em um “ingente amor pela Colômbia, o destino nacional e a segurança mesma do Estado”, o correto deveria ter sido que as tropas colombianas que eliminaram Reyes e sua quadrilha no Equador, houvessem entregado ao “pulcro angelical e muito correto” presidente Rafael Correa os computadores, as memórias USB e demais arquivos apreendidos dos terroristas, para que o “transparente” mandatário equatoriano os tivesse enviado à Colômbia pelos canais diplomáticos. Algo assim como pôr o gato para cuidar do queijo, para que não seja roído pelos ratos.
Porém, como se isto não fosse pouco, nessa mesma semana foi assassinado Iván Ríos e o homicida entregou às autoridades nada mais e nada menos que o computador pessoal do chefe terrorista, no qual estavam as mesmas informações encontradas nos arquivos eletrônicos de Raúl Reyes. Porém, - e aí vem o porém -, nunca se soube nada acerca dos comprometedores conteúdos do computador de Ríos. Nem sequer se evidenciou ação judicial contra os bandidos de colarinho branco implicados na FARC-Política!
Não obstante, houve algo mais. No bombardeio à guarida do Mono Jojoy foram apreendidos os computadores pessoais de Tirofijo, Jojoy e os cabeças do Bloco Oriental, nos quais se corroboravam e ampliavam as informações acerca da FARC-Política, mas também não aconteceu nada.
E veio o prêmio maior. Caiu Alfonso Cano no Cauca e com ele todo o seu arquivo eletrônico no qual aparecem mais pessoas comprometidas na FARC-Política. Entretanto, além da panaquice do Promotor Montealegre com o ainda não esclarecido totalmente caso de Sigifredo López, os verdadeiros cúmplices das FARC registrados no computador de Cano ficaram livres de toda a culpa, pecado ou assinalamento. 

A razão: porque ocorreu ao irmão do presidente e um setor do Partido Liberal a “idéia genial” de ressuscitar o cadáver político das FARC em honra da re-eleição de Juanma, a eterna torta burocrática com apetitoso orçamento e a estupidez de acreditar que os cabeças das FARC se sentem derrotados e obnubilados pelo brilhantismo político-estratégico de um jogador de pôquer que, segundo sua própria confissão, “fumava maconha em sua juventude”.

Assim transcorreram cinco anos em meio da trama de politicagem, demagogia, desgoverno e impunidade. Os bandidos desarmados das FARC continuam tão faceiros como há uma década. Fazem ou concedem entrevistas e os meios de comunicação as publicam, são convidados a opinar acerca da solução do conflito, conspiram por baixo dos panos e em público são defensores da paz a qualquer custo mas, claro, da paz comunista que implique na destruição do Estado de Direito e na imposição de uma ditadura similar à cubana.
Por sua parte, a academia fica pequena para avaliar o conflito pois, com exceção dos comunistas infiltrados no Instituto de Ciência Política da principal universidade colombiana, os demais estudiosos do tema nem sequer conhecem ou entendem o Plano Estratégico das FARC.
Portanto, com a venalidade de alguns juristas de alto perfil salarial mas muito pouco ou inexistente senso de pátria, com a estupidez de jornalistas ansiosos por um furo de reportagem e a ignorância coletiva do povo colombiano frente ao verdadeiro inimigo, as FARC manipulam em Cuba os mudos negociadores oficiais, Juanma já se vê re-eleito e faz demagogia barata todos os dias e em todos os pontos possíveis, e a Colômbia inteira continua sendo vítima da FARC-Política, além de excepcional testemunha frente à impunidade em torno a este grave problema.
Por isso estamos como estamos...
Nota da tradutora:
[1] 1 peso colombiano corresponde a R$ 1,00.


Tradução: Graça Salgueiro

 

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