por Guilherme Socias Villela.
Em outro nível de reflexão, assevera o escritor João Ubaldo Ribeiro: a esperteza é moeda mais valorizada do que o dólar. Não dá para deixar jornais em caixas nas calçadas para que alguém os compre, deixando os demais onde estão! Pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam dos órgãos públicos por não limparem os esgotos. Fazem "gatos" para roubar luz, e água e TV a cabo — elevando a conta dos outros. Passageiros jovens de um ônibus fingem que dormem para não dar lugar para os mais idosos ou para mulheres grávidas. Finaliza com a asserção que pouco adianta apenas mudar os governantes porquanto, na sequência, se repete a desonestidade e a impunidade institucionalizadas.
Assim, o que se observa é que a coleção de escândalos nacionais contemporâneos resulta de um mínimo de disciplina e uma imensa falta de compostura social — questão que vem de longe, diriam, entretanto mais e mais aparecem a ponto de alguns setores acharem que a corrupção passou a ser socialmente aceita. Absurdo!
O protesto da cantora finaliza com algo assim: "Mas minha esperança é a última que morre! Mais honesta ainda vou ficar, só de sacanagem!"
Por fim, o talento do referido escritor lembra que somos nós e os governantes que têm que mudar. "Estou seguro que vou encontrar um dos responsáveis por isso tudo: começo olhando-me no espelho."
É por aí, saudoso João Ubaldo.
*Economista e ex-prefeito de Porto Alegre.
EXTRAÍDADEPUGGINA.ORG
0 comments:
Postar um comentário