Jonas Gomes da Silva
Estadão
A partir desses empreendimentos, buscamos saber quais empresas receberam recursos, os países beneficiados, qual a posição desses países no ranking global de corrupção, qual o valor total das obras e qual o valor total estimado em propinas, adotando três cenários: o Otimista, usando 1% de propina sobre o valor do contrato (assumindo que apenas o PT tenha praticado o ato); o Realista, com 5% (PT+PMDB+outros); e o Pessimista, com 10%, assumindo que agentes corruptos dos países que sediaram as obras também subtraíram recursos.
US$ 19 BILHÕES – Os valores foram fixados a partir dos relatos de delatores da Lava a Jato, especialmente os executivos da Andrade Gutierrez (AG), Odebrecht (Od) e JBS. Ao todo, cerca de US$ 19 bilhões foram destinados para 59 obras sob responsabilidade de apenas cinco empreiteiras:
1º) Odebrecht, líder do cartel, ficou com maioria (61%) das Obras, 36 empreendimentos que representam um total de financiamento na ordem de US$ 14,46 bilhões; 2º) Andrade Gutierrez ficou com cinco obras (8,5%) que totalizam US$ 2,26 bilhões; 3º) Queiroz Galvão, com cinco obras (8,5%), no total de US$ 1.1 bilhão; 4º) OAS com três obras (5%), que totalizam perto de US$ 745 milhões; e 5º) Camargo Correa, com duas obras (3,4%) que somam US$ 487 milhões.
RANKING DA CORRUPÇÃO – Em relação aos países, identificamos não somente o destino dos recursos como também a classificação deles no ranking global de corrupção, com base no Índice de Percepção da Corrupção (IPC, 2016) da ONG International Transparency.
Quanto mais alto no ranking, maior é a percepção da população sobre a corrupção naquela localidade. Apenas para efeito comparativo, em 2016, o Brasil ficou na posição número 79 dentre 176 países analisados. E ao todo, 15 países foram os destinos desses financiamentos, sendo que na maioria deles (12 países=80%) sua população tem percepção da corrupção bem pior do que a do Brasil. Seriam ainda mais corruptos do que nós.
Bem, aplicando os cenários sugeridos, há a possibilidade de ter sido desviado em valores totais dessas 59 obras, para pagamento de propinas: no Cenário Otimista = R$ 619 milhões; no Cenário Realista = desvio de R$ 3,1 bilhões; e no Cenário Pessimista = propinas de R$ 6.2 bilhões.
CONCLUSÃO – Finalmente, convido o(a) nobre leitor(a) a também checar os números e a questionar o PT, o PMDB, o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente do BNDES, economista Luciano Coutinho: a) a sigilosidade desses contratos; b) o favorecimento de empreiteiras que subtraíram a Petrobras; c) e os motivos pelos quais priorizaram países com alto nível de corrupção.
extraídadetribunadainternet
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