Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 17 de julho de 2017

"Nós e elas",

por Nelson Motta O Globo

Fui criado nos anos 50 para ser um típico machista brasileiro. Mas tive a graça de ter três filhas e, a partir delas, por elas, para elas, me tornei feminista para sempre, agora também por minhas netas. Sempre pensei que deveria tratar as filhas dos outros como gostaria que as minhas fossem tratadas. Nem sempre consegui, os preconceitos são fortes e os desejos, traiçoeiros, e certamente minhas filhas já foram maltratadas por machistas que eu gostaria que fossem chicoteados em praça pública.

Assisti na Califórnia, nos anos 60, a centenas de mulheres queimando sutiãs no parque.

Vivi a chegada da pílula anticoncepcional no Brasil (nove anos depois dos Estados Unidos) e a libertação das mulheres de séculos de repressão e do pavor de engravidar. Grandes beneficiários da nova liberdade das mulheres, os rapazes da época festejaram. Foi um beber e um dar sem conta, segundo Vinicius.

Gosto muito delas, embora não as compreenda direito, ou talvez por isso mesmo. Quero que elas sejam respeitadas e tratadas com igualdade no trabalho, em casa e na rua. Responsabilidades e salários iguais. Não é por acaso que as mulheres vivem muito mais do que os homens, têm mais saúde e resistência à dor. No poder, roubam menos, têm papéis secundários nos últimos escândalos.

Foram muitas as conquistas feministas que transformaram a sociedade, muitos os exageros e equívocos que foram ridicularizados e esquecidos, embora a cada dia apareçam demonstrações do uso das mulheres e do feminismo para oprimir, reprimir e dominar homens, mulheres e crianças.

As piores distorções do feminismo são mulheres que, em busca de poder e dinheiro, se transformam em caricaturas dos homens e seus defeitos. E usam a condição feminina para acusar de machista tudo o que lhes contraria a vontade, como fazem tantas políticas brasileiras. Quando se sentem com poder, podem ser autoritárias, opressoras e truculentas como os piores homens. Querem respeito, mas não respeitam quem pensa diferente delas? Podem atropelar as instituições democráticas e a lei impunemente, só por serem mulheres, como faziam os homens antigamente?














































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