Felipe Fiamenghi
Foi comovente seu discurso de ontem. A voz embargada e o choro contido
foram um espetáculo à parte. Sua defesa irascível à atitude do José de
Abreu e à liberdade de ir e vir do Chico Buarque foi quase convincente.
Confesso, Jô, que eu lhe admirava. Há anos atrás, na minha época de
estudante secundarista, mantinha-me acordado para assistir o seu
programa. Admirava-o por considera-lo um homem de inteligência ímpar.
Esse mesmo motivo, hoje, me faz despreza-lo, afinal, o socialismo só
pode ser defendido por 2 motivos: ignorância ou mau-caratismo.
Considerando a sua inegável inteligência, só nos resta a segunda opção.
"Feliz o país que tem Chico". Será? Será, hoje, o Brasil um lugar
feliz? Fale de felicidade para os enfermos do SUS, para as vítimas da
violência, para os desempregados pela política econômica desastrosa.
Fale de felicidade para os policias presos por cumprirem seu dever, para
os professores agredidos em sala de aula, para os médicos que choram
(de verdade) por não terem meios de salvar seus pacientes nos rincões do
país.
Feliz o país que tem Mário, o soldado explodido pela
guerrilha de Dilma Rousseff, que não pestanejou ao entrar na frente do
carro bomba para cumprir seu dever. Feliz o país que tem Amado, artista
do povo que, mesmo preso pelo regime militar, disse verdade sobre o
cárcere, sem demagogia. Feliz o país que tem Carlos, Brilhante, coronel
que levou à cabo sua missão, defendeu a democracia e hoje é condenado
(sem processo) pelos bandidos de outrora.
Se o "cansaço" de José de
Abreu o habilita para cuspir na cara de cidadãos, o que o cansaço do
povo nos habilita a fazer? O povo CANSOU. Cansou de ser enganado,
espoliado, manipulado. Cansou de ser pacífico, cansou da vida de gado,
de pão e circo. O povo acordou, Jô, e vocês sabem disso.
Feliz é o
povo que sabe que o Brasil é NOSSO e que luta, com todas as forças para
que ninguém tire de nós. Feliz o país que é, sim, intolerante com os
falsos tolerantes, com os hipócritas, com os vendidos, com os
manipuladores. Feliz o país que sabe que Chicos, Josés e Jôs não trazem
felicidade nenhuma. Hoje, estamos nos transformando em um país feliz. Um
país com um povo consciente, que não depende dos falsos intelectuais,
bobos da corte, para dizer-nos como pensar. A época de vocês passou, mas
não precisa chorar, Jô. Como diria a inesquecível Ingrid Bergman: Vocês
sempre terão Paris.
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