Folha de São Paulo Valdo Cruz
Perto do fim do seu mandato, mesmo que temporário, que dificilmente
deixará de ser definitivo, Dilma Rousseff enquadra sua equipe e tira da
bolsa um "pacote de bondades" de despedida.
Até poucos dias, o discurso dentro da equipe econômica era o seguinte: não há dinheiro para aumentar o Bolsa Família, corrigir a tabela do Imposto de Renda na Fonte, nem pensar, e falta grana também para o Minha Casa, Minha Vida.
Ouvi esse discurso não uma, nem duas, mas várias vezes. Na semana
passada, porém, a encomenda veio no tom de ordem, mesmo depois de
publicamente o secretário do Tesouro Nacional afirmar que não tinha mais
dinheiro para isto.
Primeiro, é bom dizer, ninguém é contra reajustar os benefícios do Bolsa
Família; tampouco corrigir a tabela do IR na fonte e quanto menos
incrementar a construção de moradias num país de sem-tetos.
Só que o governo está quebrado. A petista vai deixar o comando do país
com uma previsão de rombo das contas no final do ano de quase R$ 100
bilhões. Será o terceiro ano seguido de contas no vermelho.
Tem mais. Será a primeira presidente eleita, desde a redemocratização, a
entregar ao sucessor -que não considera como tal, mas um golpista- uma
inflação mais alta do que recebeu. De 5,91% foi a quase 10%.
E sairá com outro recorde. A taxa de juros não cai durante tanto tempo
desde o Plano Real. A última vez foi em outubro de 2012. De lá para cá
saltou de 7,25% para 14,25% ao ano.
Sem falar no desemprego. Ao assumir, recuava, na casa de 6%. Hoje, está
em alta, perto de 11%. São 11,1 milhões de desempregados. Para esconder
tal realidade no Dia do Trabalho, Dilma fez sua equipe produzir um
pacote do qual era contra.
extraídaderota2014blogspot
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