MIRANDA SÁ
Essa técnica de demolição é controlada e rápida. Raramente falha como
ocorreu em Belo Horizonte, numa obra da Copa do Mundo (sempre a “Copa
das Copas”!) e pelo erro, um viaduto desabou vitimando passageiros de um
ônibus que ali passava.
O maior exemplo de implosão dos tempos atuais se deu na cidade de
Rochester, extremo oeste do estado de Nova York, no complexo industrial
Kodak Park, demolindo cerca de 100 prédios, alguns deles de forma
espetacular.
Implosão é um termo que se usa também na falência de uma grande
empresa por má gestão ou, historicamente, na queda de um sistema
político, como ocorre agora com o Partido dos Trabalhadores após ocupar
por doze anos o poder…
A implosão do PT começou quando nos primeiros desvios programáticos,
os intelectuais deixaram-no, seguidos mais tarde por militantes
políticos – alguns com mandato –, que se afastaram descontentes com o
centralismo antidemocrático da cúpula de pelegos e dos oportunistas
recém promovidos.
Favoreceu igualmente o desagrado dos intelectuais honestos, a
corrupção institucionalizada por Lula da Silva, que atingiu o apogeu com
a ‘laranja’ eleita por ele para continuar manobrando o PT-governo nos
bastidores. Diz-se que a eleição de Dilma foi uma tática: Os lulistas
conheciam suas fraquezas da sucessora; venderam-na como uma “Gerentona”,
mas sabiam que não passava de uma incompetente.
O fracasso de Dilma traria Lula de volta como um salvador da pátria;
mas o plano deu azar dele porque ela, assumindo as tramas ardilosas de
Guido Mantega escapou, governando um País virtual de artimanhas e
mentiras, chegando assim à campanha eleitoral que a reelegeu.
Como a fraude e a impostura não se sustentam, o malogro surgiu nos
primeiros meses do segundo mandato. O insucesso de Dilma, sem exagero, é
amplo, geral e irrestrito; e o exemplo mais do que perfeito disto é a
derrocada da Petrobras, a única petroleira do mundo a dar prejuízo.
Os primeiros ensaios da implosão eclodiram graças ao reconhecimento
lúcido dos espíritos livres, com as declarações do sociólogo Chico de
Oliveira, do jurista Hélio Bicudo, do poeta Ferreira Goulart, dos
professores Carlos Nelson Coutinho, Leandro Konder,
Maria Victoria Benevides, Plínio de Arruda Sampaio, e do jornalista
Fernando Gabeira.
A intelectualidade que acendeu o estopim é bem informada,
independente e democrática, percebendo a desonestidade intelectual da
pelegagem e a amoralidade de Lula da Silva. Depois, vieram os políticos;
de memória lembro Chico Alencar, João Batista Araújo, o Babá, Ivan
Valente, Luciana Genro, Paulo Rubem Santiago e Soninha Francine entre
outros. Pela lealdade aos princípios e reconhecida honestidade, a
ex-senadora Heloísa Helena foi expulsa.
Mais tarde, saiu Marina Silva e mais recentemente Marta Suplicy; e,
no recente congresso petista esvaziado, registra-se a diáspora de
centenas de descontentes. Alguns deles ainda não cortaram os laços
umbilicais com o lulo-petismo, mas reagiram à sua maneira.
Este quadro da dispersão mostra o embate entre o PT que ficou no
passado e o lulo-petismo do assalto aos cofres públicos, do carreirismo e
da obscena degenerescência ética e moral. Acumpliciando-se com o novo
PT, ficaram somente a professora Marilena Chauí, obreirista e
incentivadora do culto à personalidade de Lula, e o revisionista
Leonardo Boff.
O que se vê no choque violento do bem contra o mal é a implosão do
governo petista, desacreditado, incompetente e co-autores da ladroagem
estabelecida. Ouve-se dessa gente o aplauso fácil (e bem remunerado), de
Chico Buarque, Emir Sader, Erenice Guerra, Gilberto Pimentel, Jô
Soares, Luiz Nacif, Marco Garcia e Paulo Henrique Amorim…
Esses gatos pingados não impedem que internamente a pressão seja
maior do que externamente, com uma oposição fraca que sofre da síndrome
da impotência. É a compressão interna que detona a implosão final do
governo apodrecido e de um partido depravado…





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