Jornalista Andrade Junior

sábado, 6 de junho de 2015

IMPLOSÃO!

MIRANDA SÁ

 Como todos sabem e acompanham em cenas na televisão, a implosão é um arranjo de explosivos que convergem para um ponto central pressionando uma estrutura emparedada, e a compressão vai derrubá-la uniformemente. Enquanto a “explosão” é detonar pra fora, “implosão” é detonar para dentro.
Essa técnica de demolição é controlada e rápida. Raramente falha como ocorreu em Belo Horizonte, numa obra da Copa do Mundo (sempre a “Copa das Copas”!) e pelo erro, um viaduto desabou vitimando passageiros de um ônibus que ali passava.
O maior exemplo de implosão dos tempos atuais se deu na cidade de Rochester, extremo oeste do estado de Nova York, no complexo industrial Kodak Park, demolindo cerca de 100 prédios, alguns deles de forma espetacular.
Implosão é um termo que se usa também na falência de uma grande empresa por má gestão ou, historicamente, na queda de um sistema político, como ocorre agora com o Partido dos Trabalhadores após ocupar por doze anos o poder…
A implosão do PT começou quando nos primeiros desvios programáticos, os intelectuais deixaram-no, seguidos mais tarde por militantes políticos – alguns com mandato –, que se afastaram descontentes com o centralismo antidemocrático da cúpula de pelegos e dos oportunistas recém promovidos.
Favoreceu igualmente o desagrado dos intelectuais honestos, a corrupção institucionalizada por Lula da Silva, que atingiu o apogeu com a ‘laranja’ eleita por ele para continuar manobrando o PT-governo nos bastidores. Diz-se que a eleição de Dilma foi uma tática: Os lulistas conheciam suas fraquezas da sucessora; venderam-na como uma “Gerentona”, mas sabiam que não passava de uma incompetente.
O fracasso de Dilma traria Lula de volta como um salvador da pátria; mas o plano deu azar dele porque ela, assumindo as tramas ardilosas de Guido Mantega escapou, governando um País virtual de artimanhas e mentiras, chegando assim à campanha eleitoral que a reelegeu.
Como a fraude e a impostura não se sustentam, o malogro surgiu nos primeiros meses do segundo mandato. O insucesso de Dilma, sem exagero, é amplo, geral e irrestrito; e o exemplo mais do que perfeito disto é a derrocada da Petrobras, a única petroleira do mundo a dar prejuízo.
Os primeiros ensaios da implosão eclodiram graças ao reconhecimento lúcido dos espíritos livres, com as declarações do sociólogo Chico de Oliveira, do jurista Hélio Bicudo, do poeta Ferreira Goulart, dos professores Carlos Nelson Coutinho, Leandro Konder, Maria Victoria Benevides, Plínio de Arruda Sampaio, e do jornalista Fernando Gabeira.
A intelectualidade que acendeu o estopim é bem informada, independente e democrática, percebendo a desonestidade intelectual da pelegagem e a amoralidade de Lula da Silva. Depois, vieram os políticos; de memória lembro Chico Alencar, João Batista Araújo, o Babá, Ivan Valente, Luciana Genro, Paulo Rubem Santiago e Soninha Francine entre outros. Pela lealdade aos princípios e reconhecida honestidade, a ex-senadora Heloísa Helena foi expulsa.
Mais tarde, saiu Marina Silva e mais recentemente Marta Suplicy; e, no recente congresso petista esvaziado, registra-se a diáspora de centenas de descontentes. Alguns deles ainda não cortaram os laços umbilicais com o lulo-petismo, mas reagiram à sua maneira.
Este quadro da dispersão mostra o embate entre o PT que ficou no passado e o lulo-petismo do assalto aos cofres públicos, do carreirismo e da obscena degenerescência ética e moral. Acumpliciando-se com o novo PT, ficaram somente a professora Marilena Chauí, obreirista e incentivadora do culto à personalidade de Lula, e o revisionista Leonardo Boff.
O que se vê no choque violento do bem contra o mal é a implosão do governo petista, desacreditado, incompetente e co-autores da ladroagem estabelecida. Ouve-se dessa gente o aplauso fácil (e bem remunerado), de Chico Buarque, Emir Sader, Erenice Guerra, Gilberto Pimentel, Jô Soares, Luiz Nacif, Marco Garcia e Paulo Henrique Amorim…
Esses gatos pingados não impedem que internamente a pressão seja maior do que externamente, com uma oposição fraca que sofre da síndrome da impotência. É a compressão interna que detona a implosão final do governo apodrecido e de um partido depravado…

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