A volta de Renan
Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense -
O
Senado elegeU hoje, por ampla maioria, o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) para a presidência da Casa. Será uma proeza e tanto. O
parlamentar alagoano é alvejado por denúncias e por um coro de
reprovações. Contra ele circula na internet um abaixo-assinado com mais
de 250 mil subscrições.
A volta por cima de Renan não tem paralelo:
renunciou à presidência do Senado para evitar, em votação de seus pares,
a cassação do mandato. O apoio que recebeu na ocasião, em sessão
secreta, explica a liderança que exerce até hoje e também o seu sucesso
ao percorrer o caminho de volta ao posto. Renan é um sobrevivente na política nacional. Ex-líder do governo Collor de Mello na Câmara, rompeu com o ex-presidente e sobreviveu à campanha pró-impeachment que o levou à renúncia. Ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, ele voltou ao topo da política ao presidir o Senado durante o governo Lula. Agora, reassumirá o comando do Congresso sem oposição da presidente Dilma Rousseff, que fazia restrição a sua eleição. Político frio e bem-humorado, é considerado por seus pares o melhor estrategista do Senado.
Dois nomes
Dois
nomes estão no bolso do colete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para disputar o Palácio dos Bandeirantes contra o governador
Geraldo Alckmin, candidato à reeleição. A primeira opção é o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, um petista; a segunda, o deputado Gabriel
Chalita (PMDB-SP), um aliado, que é assessorado pela filha do
ex-presidente, Lurian.
Traições
Nas
contas de Renan Calheiros, 58 dos 81 senadores deverão votar a favor de
sua eleição, já contabilizados os votos contrários da turma que apoia a
candidatura de Pedro Taques (PDT-MT), inclusive os quatro senadores do
PSB, que decidiram romper nesta semana. Se houver traições, serão nas
bancadas do PT, do PSDB e do DEM. Renan nunca contou com os dissidentes
do PMDB, como Pedro Simon (foto), do PMDB-RS, seu velho desafeto.Renan estava quase certo, conseguiu 56 dos 81 votos.
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