A vingança do Congresso
Por Carlos Chagas
Há
uma leitura especial para a maioria do Senado ter votado em Renan
Calheiros, sexta-feira, bem como para a mais do que certa eleição de
Henrique Eduardo Alves a presidente da Câmara. Deputados e
senadores estão se vingando. Dão o troco, reagem à imprensa, no caso a
opinião publicada, assim como reagem à opinião pública.
Há décadas que o Legislativo ocupa o último lugar
em qualquer pesquisa destinada a avaliar o respeito da sociedade às
suas instituições. A revanche, assim, veio na escolha dos candidatos
que, justa ou injustamente, são os que mais exprimem os conceitos
negativos da população diante do Congresso.
O
raciocínio leva à conclusão de estar a guerra apenas começando. A cada
denúncia contra os dois novos presidentes, mais eles serão prestigiados
pelos plenários. Fora as exceções de sempre. Serão dois anos de
batalhas permanentes, com o país de um lado e o Congresso de outro.
Não
parece difícil concluir estar a ética em oposição à vingança. Pior
para as instituições e o desenvolvimento da democracia, registrando-se o
descompasso entre as imagens do Executivo e do Judiciário, de um lado,
e o Legislativo, de outro.
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