Estes
bárbaros desprezam a individualidade da pessoa, bem como seu valor
intrínseco. Nivelando todos os valores, dizendo que são todos
subjetivos, querem mesmo é que César diga o que é certo ou errado. O
resto não passa de “constructo social”. Da suprema blasfêmia a essa
paganismo segue um trecho: “Consideramos estas verdades como evidentes
por si mesmas, que todos os homens sejam criados de modo igual e
providos pelo Criador de certos direitos inalienáveis; entre eles, a
vida, a liberdade e busca da felicidade”.
Estes
bárbaros enaltecem o poderio de César. Pela saúde, pela paz, pela
educação, alegam. Sempre se frustram, mas não se permitem atentar para o
real. E, para tanto, não são nada discretos em sua sanha de controlar
escolas, mídia e a produção cultural, visando uma modelagem
comportamental em larga escala. Subjetividade e autonomia da consciência
individual é escândalo ao mundo antigo: “Estes homens, ó Nabuconosor,
não te respeitaram; a teus deuses não serviram, nem adoraram a estátua
de ouro que levantaste”. Os bárbaros não toleram o homem livre, senhor
de suas próprias ideias e princípios.
Estes
bárbaros sacralizam a natureza. Que não toquem nas árvores e nos
micos-leões! E que em nome deste panteísmo não se plante, não se
construa, não se aumentem as famílias e a população. “Não é
‘sustentável’”, clamam. Agora com legitimidade jurídica, o humano volta a
ser uma besta servil de forças misteriosas das florestas, como nas
velhas eras pagãs.
Estes
bárbaros abortam. Para eles vale mais o bem estar da tribo do que a
vida por si mesma. E os fetos se reduzem a assunto de saúde pública, a
consequências indesejáveis da promiscuidade das militantes que, sem dó,
esquartejam e expelem suas crias. Nas velhas tribos bárbaras, deidades
crúeis sacralizavam o prazer. No velho mundo bárbaro, as chamas de
Moloque recebiam os pequeninos, e as trombetas do deus pagão cobriam
seus últimos e agonizantes choros.
Estes
bárbaros, ontem, como hoje, desprezam o Deus de Israel e seus
princípios. Não é à toa que abominam o Ocidente, fruto civilizacional da
cosmovisão judaico-cristã, que em tudo afronta esses nostálgicos das
eras pagãs. Que em tudo denuncia a barbárie decorrente da ausência
daquele Espírito que, onde habita, ali há liberdade (II Co. 3:17).
Estes
bárbaros mal disfarçam em ideologias suas velhas crenças pagãs. O
pastor Wurmbrand bradou: “Marx era, na verdade, um satanista”. A bruxa
Margot Adler fez questão de mostrar o quanto o paganismo inspirou o
feminismo desde seus primeiros momentos. Eric Voegelin e outros autores
perceberam o quanto as ideologias utópicas que mataram milhões no século
XX se assemelham, em tantos aspectos, a antigas crenças gnósticas.
Peter Gay afirmou que o Iluminismo foi o berço do paganismo moderno e
outros historiadores já afirmaram que este período, para além da imagem
pública, foi mesmo um festival de bruxaria e ocultismo. Dentre os
inspiradores da United Religions Initiative, hoje tentáculo da ONU, não
se pode excluir nomes como Madame Blavatsky e Aleister Crowley. Como Lee
Penn bem denuncia em seu livro False Dawn, esta instituição está
claramente determinada a obstruir a evangelização cristã, sempre em nome
da promoção ecumênica da paz mundial, incriminando os cristãos
conservadores como intolerantes. Buscando reduzir o cristianismo a mero
ativismo social, promove uma nova espiritualidade global, uma religião
de plástico que irá dar novo valor a velhas práticas ocultistas e
teosóficas.
Estes
bárbaros também sabem se disfarçar de cristãos. Estes bárbaros sabem se
infiltrar em instituições e veículos de mídia que se afirmam como
defensores e divulgadores do cristianismo. Estes bárbaros sabem que a fé
cristã diz respeito a todas as áreas do conhecimento: política, arte,
economia, psicologia, ciência, filosofia, etc. E por isso que em tudo
atrapalham os cristãos, impedindo-os a perceber as inúmeras riquezas
deste legado com o qual Deus os presenteou, tendo anteriormente
concedido a eles a salvação, por meio do sacrifício do Senhor Jesus
Cristo.
Estes bárbaros sabem que, no momento em que os cristãos se posicionam e contra eles se opõem, começam a ter sérios problemas.
Estes bárbaros, seguindo o deus deste século, sabem que vivem na mentira. E que “não prevalecerão no dia do juízo” (Sl 1:5).
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