“Deveria
ser profundamente perturbador para todo americano que todos os
empreendimentos do país estão sob a mercê dos procuradores racialmente
paranoicos que podem iniciar uma ação judicial de discriminação contra
eles”.
Muitas das grandes mentes do final do século XIX estavam preocupadas, pois a ideologia anti-mercado estava destinada a destruir a civilização. Acontece que o homem moderno – o civilizado – não pode viver sem uma complexa economia de mercado para sustentá-lo. Mesmo assim, a economia de mercado tem sido há muito tempo alvo daqueles que a querem derrubar em favor do socialismo. O sistema de livre empreendimento é atacado como algo ambientalmente destrutivo, desigual, inseguro sob qualquer aspecto e explorador. Nas palavras do cientista francês Gustave Le Bon, “aqui, repito, é o perigo da ordem do dia. Estamos possuídos pelos mesmos sentimentos de humanitarismo doentio que já nos levou à Revolução (Francesa), a mais despótica e sangrenta que o mundo já conheceu – o terror, Napoleão e a morte de três milhões”. Evidentemente Le Bon escreveu essas palavras antes do século mais sangrento de todos – o século XX; época em que o socialismo ceifou mais de 100 milhões de vidas.
Você pode pensar que essa ideologia anti-mercado já foi desacreditada. Mas olhe ao seu redor. O socialismo é ensinado nas universidades acompanhado do politicamente correto. As jovens gerações “letradas” não sabem nada acerca dos experimentos socialistas do passado. Elas apenas sabem da teoria e da prática da utopia pela qual eles foram induzidos a acreditar. Todo mundo sabe que os sentimentos igualitários são decisivos. Como Le Bon explicou, “sob a influência inconsciente e a desintegração de tal sentimento das classes dirigentes, perdeu-se toda a confiança na legitimidade das suas causa. Elas se rendem mais e mais aos líderes do partido oposto, cujo desprezo às classes dirigentes é proporcional às concessões recebidas; e essa oposição só ficará satisfeita quando tomar tudo dos seus adversários; tanto suas vidas quanto suas fortunas.”
As forças anti-mercado estão avançando em todos os fronts imagináveis: escolas públicas, mídia e até mesmo o sistema judiciário. Um ex-procurador da Divisão de Direitos Eleitorais do Departamento de Justiça (DJ) escreveu um livro que expõe a campanha de ataque do DJ aos empreendimentos inocentes. O nome dele é J. Christian Adams e o título do seu livro é Injustice: Exposing the Racial Agenda of the Obama Justice Department (NT: Injustiça: Expondo a agenda racial do Departamento de Justiça de Obama) “De fato”, escreve Adams, “deveria ser profundamente perturbador para todo americano que todos os empreendimentos do país estão sob a mercê dos procuradores racialmente paranoicos que podem iniciar uma ação judicial de discriminação contra eles”.
Esses procuradores racialmente paranoicos não são apenas isso. Eles também são anti-mercado, isto é, socialistas. Os empreendedores da América supõem erroneamente que a Divisão de Direitos Civis “seja majoritariamente ocupada por procuradores que cumprem a lei”, disse Adams. De fato, isso já foi verdadeiro, até que o Procurador Geral Eric Holder encheu a organização de profissionais cuja principal qualificação era “trabalhos com grupos ativistas de esquerda”. De acordo com Adams, esses advogados anti-mercado da Divisão de Direitos Civis defendem “atos ideologicamente motivados pela guerra política...”
Os homens de negócio e os analistas de mercado precisam abrir os olhos. “O risco está alto”, disse Adams, “porque a Divisão de Direitos Civis tem domínio sobre uma enorme jurisdição da economia americana. A Seção dos Direitos para os Deficientes, por exemplo, que reforça vigorosamente o Americans with Disabilities Act, colocou as redes de cinema AMC e Cinemark, a companhia aérea Norwegian Cruise Lines, a Associação de Golf dos Estados Unidos (USGA) e a International House of Pancakes todas de joelhos”. De fato, está em andamento uma caça generalizada aos empreendimentos país afora. E não há dúvidas de que o Americans with Disabilities Act se tornou uma arma de guerra socialista.
Há muito mais no livro de Adams, especialmente sobre a fraude eleitoral. “Há flagrantes falhas no nossos sistema eleitoral, desde listas falsificadas de eleitores até a falta de direitos eleitorais que protejam os militares que estão no exterior, falhas essas que a Divisão de Direitos Civis tem a clara intenção de perpetuar. Se essa situação continuar, a tendenciosidade da Divisão pode até influenciar o desenrolar das eleições nos estados pêndulo em 2012”. Mas é claro, se o objetivo é destruir o mercando, então – como disse Lênin para Angelica Balabanoff – “tudo aquilo que for feito pela causa proletária é honesto”.
Existem aqueles que acreditam que a destruição do livre mercado salvará a humanidade. De acordo com Le Bon, “o socialismo é muito mais uma crença religiosa do que uma teoria de raciocínio”. Defeitos lógicos não impedem a propagação da doutrina. Apenas a calamidade e a ruína trarão os homens de volta aos seus perfeitos juízos, e talvez nem mesmo assim. Na escalada da calamidade, homens de visão nos disseram o que esperar. “Todos os pensadores que estudaram o socialismo moderno indicaram seus perigos e chegaram a conclusões idênticas a respeito do futuro que nos espera”, escreveu Le Bon. Afinal, foi o socialista Pierre-Joseph Proudhon quem escreveu: “A revolução social poderá apenas acabar em um imenso cataclisma, de modo que o efeito imediato seria estender toda a ruína a terra e nos confinar a uma camisa de força”. Descrevendo o verdadeiro objetivo do socialismo como algo puramente destrutivo, Proudhon denunciou suas próprias crenças socialistas disparatadas. “Eu repudio o socialismo”, ele escreveu. “É impotente, imoral e só serve para criar tolos e bandidos!”
Outro pensador do século XIX, Herbert Spencer, avisou que o triunfo do socialismo seria o maior desastre que o mundo já viu e seu término seria o despotismo militar. O filósofo Friedrich Nietzsche descreveu os socialistas como “estúpidos e negligentes” cujas ideias significam a “degeneração e diminuição do homem em um perfeito animal de rebanho... um mísero animal dos direitos iguais e reivindicações [...]”. No livro Vontade de Potência, Nietzsche avisa que o século XX seria convulsionado pelo socialismo, que representava uma sutil reação contra o crescimento e contra a própria vida. “Nos ensinamentos socialistas”, escreveu Nietzsche, “uma vontade de negação da vida é vagamente ocultada...”
Muitos experimentos socialistas ao redor do globo falharam. Todos nós sabemos da União Soviética. Mesmo assim, o conhecimento desse caso não impediu o firme avanço do socialismo nas nossas escolas e no nosso governo – no nosso Departamento de Justiça. Lamentavelmente as massas dão poder àqueles que melhor lhe agradam. E aqueles que melhor agradam são aqueles que se opõem ao mercado e fazem guerra contra os empreendimentos usando todos os meios possíveis. Seria o caso de perguntar, portanto, por que tantos homens de negócio fracassam em resistir? “Esse enfraquecimento da vontade”, escreveu Le Bon, “que coincide com a falta de iniciativa e o desenvolvimento da indiferença, é o maior perigo que nos ameaça”.
Certamente nós nos tornamos criaturas da nossa própria indiferença. Não é que as escolas nos emburreceram ou que nós não podemos ver o que está acontecendo. Nossa ruína foi precedida por uma decadência muito mais generalizada. “A ruína das nações”, escreveu Le Bon, “nunca se deu pela queda da nossa inteligência, mas pela queda dos nossos caráteres”.
Publicado no Financial Sense.
Tradução: Leonildo Trombela Júnior
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