Justiça manda soltar Carlinhos Cachoeira
Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O bicheiro Carlinhos Cachoeira foi libertado à 0h03 desta quarta-feira, depois de passar quase nove meses preso. O contraventor deixou o presídio da Papuda, em Brasília, sem falar com a imprensa, no banco do passageiro de um carro dirigido por seu advogado, Antonio Nabor Bulhões. A juíza Ana Claudia Barreto, da 5ª Vara Criminal do Distrito Federal, determinou na noite de terça-feira a libertação do contraventor, cujas atividades motivaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional. O alvará de soltura foi expedido às 19h01.
O bicheiro Carlinhos Cachoeira foi libertado à 0h03 desta quarta-feira, depois de passar quase nove meses preso. O contraventor deixou o presídio da Papuda, em Brasília, sem falar com a imprensa, no banco do passageiro de um carro dirigido por seu advogado, Antonio Nabor Bulhões. A juíza Ana Claudia Barreto, da 5ª Vara Criminal do Distrito Federal, determinou na noite de terça-feira a libertação do contraventor, cujas atividades motivaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional. O alvará de soltura foi expedido às 19h01.
A expedição do alvará ocorreu após a
juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal ter confirmado a
condenação do bicheiro a cinco anos de reclusão pelos crimes de formação
de quadrilha e tráfico de influência em regime semiaberto. A sentença
se refere às atividades do contraventor em esquemas criminosos no
Distrito Federal, investigados pela Operação Saint Michel, desencadeada
pela Polícia Civil do DF. Bulhões disse que a defesa pretende recorrer
da sentença. “Estamos convictos de que ele não praticou nenhum dos
crimes pelos quais foi condenado”, afirmou. “Agora, ele tem o direito de
recorrer em liberdade”
A mulher do contraventor, Andressa
Mendonça, chegou ao presídio às 22h35 para acompanhar o processo de
soltura. “Daqui vamos direto para Goiânia”, disse, antes de entrar na
penitenciária.
Para os policiais, o bando de Cachoeira
tentou fraudar o sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público
na capital federal, tentando infiltrar uma empresa sul-coreana na
empresa pública de transporte do Distrito Federal e, com isso, obter 50%
dos lucros do contrato de bilhetagem.
Paralelamente à decisão de soltar
Cachoeira, determinada nesta terça-feira, a defesa do bicheiro já havia
impetrado um novo pedido de habeas corpus para garantir sua liberdade.
No entanto, um pedido de vista interrompeu a conclusão do caso. Com a
autorização de liberdade decretada hoje, na retomada do outro
julgamento, a solicitação deve ser declarada prejudicada.
De acordo com o criminalista Antonio
Nabor Bulhões, que atua na defesa do contraventor, com a confirmação do
alvará, a 5ª Vara encaminhará a decisão judicial ao presídio que, por
lei, vai verificar a veracidade do documento. Em seguida, antes da
libertação do condenado, é realizado um exame médico para atestar as
condições físicas do detento.
Monte Carlo
Carlinhos Cachoeira foi o protagonista da Operação Monte Carlo, que revelou que o esquema de contravenção que atuava para corromper empresas e governos estaduais em proveito do esquema criminoso. Os braços da quadrilha envolviam a construtora Delta, uma das maiores empreiteiras com maior contrato junto ao governo federal.
Carlinhos Cachoeira foi o protagonista da Operação Monte Carlo, que revelou que o esquema de contravenção que atuava para corromper empresas e governos estaduais em proveito do esquema criminoso. Os braços da quadrilha envolviam a construtora Delta, uma das maiores empreiteiras com maior contrato junto ao governo federal.
No périplo judicial do bicheiro goiano,
sua principal batalha era tentar anular os grampos telefônicos que
desvendaram a relação próxima de governos estaduais, como o de Goiás, e
de empresas laranjas no esquema criminoso relevado por escutas da
Operação Monte Carlo da Polícia Federal. Se consideradas ilegais as
interceptações, feitas com autorização da Justiça, os réus presos seriam
libertados por falta de base para acusação. O Tribunal Regional Federal
da 1º Região, em Brasília, considerou todos os grampos dentro da lei.
A partir da denúncia anônima de um
esquema ilegal de exploração de jogos, o Juiz de Direito da 1ª Vara de
Valparaíso de Goiás havia autorizado a quebra dos sigilos telefônicos de
Carlinhos Cachoeira e de seus comparsas, garantindo a investigação.
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