Para Duncan, a questão dos direitos civis foi que estudantes negros de ensino fundamental e médio são punidos numa taxa maior do que os brancos. Sua prova de discriminação é que os negros são três vezes e meia mais propensos a serem suspensos ou expulsos do que seus pares brancos. Duncan e os seus partidários na administração Obama convenientemente ignoraram a "discriminação racial" na escola contra os brancos, que são mais que duas vezes mais propensos a serem suspensos do que asiáticos e insulares do Pacífico.
Heather Mac Donald relata tudo isso em "Indisciplinados", publicado no City Journal (verão de 2012). Ela escreve que, entre setembro de 2011 e fevereiro de 2012, foram presos na escola 25 vezes mais estudantes negros de Chicago do que os estudantes brancos, principalmente por agressão. Em escolas de Chicago, os estudantes negros superam os brancos em quatro para um.
Mac Donald acrescenta: "Nacionalmente, o quadro não é melhor. A taxa de homicídios entre os homens com idades de 14 a 17 é quase 10 vezes maior para os negros do que para brancos e hispânicos somados. Esses dados não causam nenhum impacto sobre a administração Obama e seus defensores ao redor, que aparentemente acreditam que a falta de autocontrole e de socialização – que resultam nesta violência criminosa desproporcional – não se manifestam no comportamento em sala de aula também".
De acordo com o National Center for Education Statistics, em todo o país, durante 2007-2008, mais de 145 mil professores foram agredidos fisicamente. 6% das escolas de grandes cidades relataram desrespeito verbal aos professores e 18% relataram desrespeito não verbal aos professores. Um estudo anterior da NCES descobriu que 18% das escolas do país contabilizaram 75% dos incidentes de violência relatados, e 6,6% contabilizaram 50%. No que diz respeito a violência grave – homicídio e estupros – 1,9% das escolas relataram 50% dos casos. A preponderância da violência escolar ocorre em escolas de grandes cidades frequentadas por alunos negros.
Os educadores não veem esse comportamento em sala de aula como uma prioridade. De acordo com um recrutador, uma escola de Baltimore agora pergunta aos candidatos a professor "Como você reage ao ser maltratado? O que você faria se alguém te xingasse?". A resposta correta é: "nada". Essa visão pode explicar por que um veterano com 34 anos de escola teve que ser retirado das instalações em uma ambulância depois que um estudante quebrou o vidro de uma vitrine em sala de aula.
Mac Donald relata que uma professora da quinta série, em St. Paul, Minnesota, zomba da ideia de que os estudantes das minorias estão sendo injustamente alvo de disciplina, dizendo: "Qualquer pessoa em sã consciência sabe que esses alunos (punidos) são extremamente perturbadores".
Em resposta aos índices mais elevados de punições disciplinares para estudantes de minorias, a escola distrital de St. Paul gastou 350 mil dólares em sessões de treinamento em “proficiência cultural” para professores nas quais eles aprendem sobre “brancura”. Em uma dessas sessões, um professor asiático perguntou: "Como posso ajudar o estudante que dá respostas abruptas e interrompe a aula". O facilitador negro respondeu: "Isso é o que a cultura negra é". Se uma pessoa branca fez uma observação dessas, eu tenho certeza que ela seria considerado racista.
Alguns dos atuais líderes políticos negros são mais ou menos da minha idade, 76, como os deputados Maxine Waters, Charles Rangel, Conyers John, o ex-governador da Virgínia Douglas Wilder, Jesse Jackson e muitos outros. Pergunte a eles o que seus pais teriam feito se eles tivessem xingado, agredido um professor ou tido um comportamento perturbador que se tornou rotina em tantas escolas. Será que os pais teriam aceito o comportamento público grosseiramente desrespeitoso público que inclui linguagem chula e epítetos raciais? Seu silêncio e apoio ao status quo representam uma traição de proporções épicas para o sangue, suor e lágrimas dos nossos antepassados em sua luta para tornar disponíveis as oportunidades de educação de hoje.
Walter E. Williams é professor de Economia na Universidade George Mason.
Tradução: Daniel Antonio de Aquino Neto
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