por J.R. Guzzo
Está sendo executado já
há algum tempo no Brasil, de forma cada vez mais agressiva, um conjunto
de ações que têm tido um efeito prático muito claro: tumultuar,
desmoralizar e, no fim das contas, sabotar as eleições para escolher o
novo presidente da República. O cidadão é alarmado, de cinco em cinco
minutos, por bulas de advertência que afirmam que a eleição, a
democracia e a Constituição estão sendo ameaçadas. Mas, por trás das
notas oficiais e das outras mentiras prontas que são normalmente
utilizadas para enganar o brasileiro comum, quem está realmente querendo
destruir as eleições de outubro? Uma coisa é certa, segundo se pode
verificar pelos fatos à vista do público: não são os generais do
Exército, sejam eles da reserva ou da ativa, ou os oficiais de quaisquer
das três Armas. A turma que quer virar a mesa, hoje, está exatamente do
outro lado. Eles gritam “cuidado com o golpe”, com a “pregação do
ódio”, com o “discurso totalitário” etc. etc. Mas parecem cada vez mais
com o batedor de carteira que, para disfarçar o que fez, sai gritando
“pega ladrão”.
É impossível cometer uma violência tão espetacular numa campanha
eleitoral quanto a tentativa de assassinato praticada contra o candidato
Jair Bolsonaro — mais que isso, só matando. O homem perdeu quase metade
do sangue do próprio corpo. A faca do criminoso rasgou seus intestinos,
o cólon, artérias vitais. Bolsonaro sofreu cirurgia extensa, demorada e
altamente arriscada, e passará por outras. Só está vivo por um capricho
da fortuna. Foi posto para fora da campanha eleitoral justo no momento
mais decisivo. Poderia haver alguma agressão maior ou pior do que essa
contra um candidato? É claro que não. O fato é que a tentativa de
homicídio, cometida por um cidadão que foi militante durante sete anos
da extrema esquerda, como membro do PSOL, desarrumou todo o programa
contra a boa ordem da eleição presidencial. O roteiro, desde sempre,
prevê que a esquerda fique no papel de vítima e Lula no de mártir,
“proibido” de se candidatar e “perseguido” pela Justiça. Deu o
contrário: a vítima acabou sendo justamente quem estava escalado para o
papel de carrasco.
A opção da esquerda para enfrentar a nova realidade parece estar sendo
“dobrar a meta”. Nada representa com tanta clareza essa radicalização
quanto o esforço para fazer com que as pessoas acreditem que a tentativa
de matar Bolsonaro foi apenas um incidente de campanha, “um atentado a
mais”, coisa de um doidão que podia fazer o mesmo com “qualquer um” — na
verdade uma coisa até natural, diante da “pregação da violência” na
campanha. Ninguém foi tão longe nessa trilha quanto a responsável por
uma “Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão”, repartição pública
que você sustenta na Procuradoria-Geral da República. Depois de demorar
quatro dias inteiros para abrir a boca sobre o crime, a procuradora
Deborah Duprat soltou uma nota encampando a história de que houve “mais
um ataque”. E quais foram os outros? Segundo a procuradora, o “tiro” que
teria sido disparado meses atrás na lataria inferior de um ônibus no
qual Lula circulava tentando fazer campanha no Paraná, escorraçado de um
lado para outro pelos paranaenses.
Que tiro foi esse? Tudo o que se tem até agora a respeito, em termos de
provas materiais, é um buraco na carroceria do ônibus — não há arma, não
há autor, não há testemunha, não há nada. Mas a procuradora acha que
isso é a mesma coisa que a agressão que quase matou Jair Bolsonaro. Acha
também que a história se “conecta” com o assassinato da vereadora
carioca Marielle Franco — vítima, possivelmente, de um acerto de contas
entre criminosos. Enfim, joga a culpa da facada no próprio Bolsonaro,
por elogiar “o passado ditatorial” do Brasil e ser contra as “políticas
de direitos humanos”. Não chega nem a ser uma boa mentira — é apenas
má-fé, como a “ordem da ONU” para o Brasil deixar Lula ser candidato,
ressuscitada mais uma vez. Se há um país que está em dia com as suas
obrigações junto à ONU, esse país é o Brasil. Acaba de cumprir, entre
2004 e 2017, treze anos de missão de paz no Haiti, em que participaram
38 000 militares brasileiros — dos quais 25 morreram. Seu desempenho foi
aplaudido como exemplar; não houve um único caso de violência ou
desrespeito aos direitos humanos de ninguém, do começo ao fim da
operação. Mas o Complexo Lula-PT-esquerda prega que o Brasil é um país
“fora da lei” internacional, por não obedecer a dois consultores de um
comitê da ONU que decidiram anular a Lei da Ficha Limpa. Estão,
realmente, apostando tudo na desordem.
Veja
extraídaderota2014blogspot
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