por José Carlos Aleluia
“A omissão, o ocultamento da verdade, a negação, são atitudes criminosas
da pior categoria moral e da pior baixeza em termos políticos e sociais
considerando a situação dos venezuelanos”.
A corajosa declaração do secretário-geral da Organizações dos Estados
Americanos, o uruguaio Luís Almagro, deveria estar fixada em todas as
calles de nossa América Latina. Um farol a orientar o rumo de nossa
geopolítica regional. Uma premissa a ser levada em conta na eleição
presidencial aqui no Brasil.
Tão grave quanto calar-se diante da crise humanitária causada pelo
socialismo bolivariano no país vizinho é ignorar a ameaça que nos ronda
diante da possibilidade de uma eleição movida pelo ódio trazer de volta a
face brasileira dessa mesma tragédia.
Movidos pelo populismo mais rasteiro, por uma fraude eleitoral praticada
à luz do dia e pela incitação a um messianismo político de fazer corar o
mais imoral dos estrategistas, o projeto de poder do PT assombra as
bases de nossa democracia.
Para eles não é o futuro Brasil que está em jogo. É o revanchismo de um
partido que se nega a reconhecer a culpa pela maior crise econômica de
nossa história. Que se nega a admitir a cumplicidade diante da fome e da
miséria provocada por sua ideologia. O partido que mandou às favas
qualquer resquício de dignidade política ao guiar-se em função de um
culto personalista em plena democracia liberal do Século XXI.
Almagro trouxe uma grande provocação: Devemos eliminar a opção de
oferecer assistência humanitária ao povo venezuelano porque o Regime de
Maduro se nega a receber? Está de acordo com a nossa Ética negar ao povo
venezuelano tratamentos de hemodiálise, fórmulas para bebês, vacinas,
comida, quando o sofrimento e a morte hoje alcançam milhões? “Aceitar a
negativa da ditadura em receber ajuda para o povo não é cumprir o
direito internacional humanitário. É violá-lo”.
Relevar a manipulação política com a qual o PT ataca nossa democracia
não é “ser moderado”. Admitir a farsa da candidatura de Lula como brecha
eleitoral não é “ser democrata”. Aceitar como parte do jogo a narrativa
criminosa que incita a divisão, o ódio e a divergência é somente parte
desta mesma omissão.
É preciso sair de cima do muro do politicamente correto e se posicionar
de forma firme em defesa dos valores humanistas que forjaram este e os
demais países ocidentais. Não mais temer a histeria esquerdista ao se
levantar em defesa da família, das instituições e da moral cristã que é a
base de nossa sociedade.
Não se enganem: esta é uma luta por liberdade Qualquer neutralidade
neste momento faz parte da mesma fórmula da indiferença que faz
ditaduras serem perenes. A Venezuela não pode, não deve e não será aqui.
José Carlos Aleluia é deputado federal
A Tarde
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