Rafael Moraes Moura e Vera Rosa, O Estado de S.Paulo
O PT joga com o tempo e avalia uma ofensiva jurídica simultânea no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal para tentar afastar a inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – preso e condenado na Lava Jato – durante a tramitação do pedido formal de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Às vésperas da oficialização do registro da candidatura do ex-presidente ao Planalto nas eleições 2018,
o objetivo principal é garantir a presença do petista no horário
eleitoral gratuito, previsto para começar dia 31 de agosto em rede
nacional de rádio e TV.
Segundo apurou o Estado,
em vez de apostar as fichas apenas na arena eleitoral, o PT cogita uma
estratégia na qual o foco da discussão está na suspensão da
inelegibilidade no STJ e no STF. No início do mês, o advogado Luiz
Fernando Casagrande Pereira, que integra a defesa de Lula, disse a
jornalistas que a inelegibilidade do petista “é provisória”. Para a
defesa de Lula, a liminar poderia ser obtida até a diplomação, prevista
para ocorrer até 19 de dezembro.
“A inelegibilidade do Lula é chapada, mas é provisória, e como é
provisória, ela pode deixar de ser inelegibilidade, e se deixar de ser
inelegibilidade, repercute no registro”, disse Pereira a jornalistas no
último dia 1.º, ao participar do lançamento de um livro no próprio TSE.
Divergências. A
ofensiva simultânea no STJ e no STF, no entanto, encontra resistências
no partido. Uma ala do PT acredita que não há motivo para antecipar os
passos. Dessa forma, mesmo já dando como certo que o TSE negará o
registro de Lula, não haveria motivos para “provocar o adversário a se
manifestar antes” e, com isso, perder alguns dias de discussão.
Uma outra ala aposta no argumento de que Lula deveria ter o direito de
disputar a eleição e tentar suspender a inelegibilidade, como outros
candidatos já conseguiram em outros pleitos, o que poderia reduzir as
críticas de que o ex-presidente tenta, na verdade, arrastar a conclusão
do caso.
Toda a estratégia do PT está sendo montada para que a foto de Lula
esteja na urna eletrônica. Ao prorrogar ao máximo o desfecho dessa
“novela”, dirigentes petistas acreditam no alto potencial de
transferência de votos de Lula para o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
extraídaderota2014blogspot
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