Jornalista Andrade Junior

domingo, 26 de agosto de 2018

É desalentador, mas não há dúvida de que teremos de votar nos menos piores

Carlos Newton

Na primeira eleição pós-ditadura, em 1989, realmente o eleitor podia escolher em quem votar. Havia 22 candidatos a presidente. Embora seja marxista, não me passou pela cabeça votar em Roberto Freire, do PCB, porque jamais suportei o chamado Partidão. Para mim, os melhores candidatos eram Ulysses Guimarães (PMDB), Leonel Brizola (PDT), Mário Covas (PSDB) e Aureliano Chaves (PFL). As pesquisas mostravam que Ulysses, Covas e Aureliano tinham menos chance. Acabei votando no Brizola, que chegou em terceiro, enquanto Covas ficava em quarto, Ulysses em sétimo e Aureliano em nono lugar.
Como se sabe, Fernando Collor (PRN) e Lula da Silva (PT) passaram para o segundo turno, que foi decidido na ilha de edição da Rede Globo, sob comando de Armando Nogueira e Alberico Souza Cruz, ainda há quem se lembre desse fato.
VELHOS TEMPOS – Agora, a eleição de 2018 me faz reviver os velhos tempos. Temos 13 candidatos, mas o nível baixou muito. Em 1989, tínhamos também Enéas Carneiro (Prona), Fernando Gabeira (PV), Guilherme Afif (PL), Celso Brant (PMN), Affonso Camargo (PTB) e Ronaldo Caiado (PSD), havia muitas possibilidades de escolha.
Quase 30 anos depois, o nível caiu bastante. Agora, não podemos escolher o melhor, teremos de votar no mesmo pior, tapando o nariz, com diziam os marxistas de antigamente.
Mas nem por isso podemos desprezar a democracia. Pelo contrário, devemos louvar essa oportunidade de escolher em quem confiar.
AGUARDANDO – Estou como a maioria dos eleitores e ainda não escolhi, porque só me decido na chamada undécima hora. Continuo aguardando declarações dos candidatos sobre dívida interna, segurança, desarmamento, retomada da economia, incentivo à indústria, redução do Custo Brasil e diminuição dos gastos públicos, não necessariamente nesta ordem. A meu ver, estes são os principais desafios, até porque, se não tivermos superávit nas contas, não conseguiremos melhorar setores prioritários, como saúde e educação.
Sei que não pretendo votar em Bolsonaro (PSL), porque o considero um retrocesso em termos políticos e sociais. Não posso votar em candidato que defende a tortura e o assassinato de presos políticos, e que considera o coronel Brilhante Ulstra um herói da cidadania, porque se trata de um militar que desonrou a farda e cometeu crimes contra a humanidade, segundo a Convenção de Genebra. Apenas isso.

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extraídadetribunadainternet

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