Jornalista Andrade Junior

sábado, 21 de julho de 2018

CARTA A UM JOVEM “PUNITIVISTA”

 por Proc. de Justiça Fabio Costa Pereira.

Caro amigo, falo de um passado não muito distante, de um universo aparentemente livre, onde ideias podiam ser livremente expressadas.
Pelo menos é o que eu e outros incautos, flertando com a absurda inocência, achávamos.
Descobri, a duras penas, que isso estava longe de ser uma realidade e que o espectro da livre expressão limitava-se a concordar com o que a intelectualidade reinante, secundada por leais servos e guardiões, permitia-nos assumir como verdade.
Todo aquele que ousasse a divergir das verdades impostas, de forma métrica, ideológica e politicamente construídas, imediatamente eram rotulados, atacados em sua honra e capacidade de discernir, mantendo-se, assim, longe de qualquer debate os consensos impostos pela ratio dominante.
O outro que ousasse pensar diferente era visto como o inimigo a ser batido, não importando o meio utilizado para atingir tal objetivo e, muito menos, debater e refutar a ideia e argumentos por ele vertidos.
As Ideias libertadoras da escravidão intelectual imposta eram tratadas como verdadeiras doenças a erradicar, pois elas tinham o poder, por sua logicidade, de romper os grilhões da escravidão imposta pelo politicamente correto.
Não foi diferente comigo e nem com muitos outros como eu. Acordar do pesadelo onde pseudo-verdades consensuais perseguiam-me por todos os lados e as questionar publicamente, lançou-me em outro pesadelo, o de, de uma hora para outra, deixar de ser inteligente e cool e passar a ser um celerado “punitivista “, “coxinha”, “fascista” e outros apelidos que sequer valem a pena comentar.
Eis que os anos se passaram e muitos mais acordaram para a realidade, pois o onírico universo construído através do politicamente correto e a vida como ela é não guardam qualquer correlação de sincronia.
A espiral do silêncio foi rompida e o politicamente correto não mais viaja em céus de brigadeiro.
Verdadeiros tsunamis de logicidade e evidências empíricas vieram para varrer os vetustos consensos.
Portanto meu jovem punitivista, quando assim te chamarem , toma a ofensa como um elogio, pois, com certeza, aquele que te ofende sabe que não és um zumbi cujo cérebro foi inoculado pelo vírus mortal que aniquila a liberdade, chamado de politicamente correto.
Sucesso em tua longa vida!
*O autor é Procurador de Justiça no MP/RS



































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