Jornalista Andrade Junior

sábado, 21 de julho de 2018

Brasil está aprisionado pela dívida, um assunto-tabu que a mídia jamais discute

Carlos Newton

A situação do Brasil é bipolar – há motivos para que sejamos otimistas em relação às possibilidades econômicas do país a longo prazo, mas pessimistas no que diz respeito à capacidade de a crise atual ser debelada a curto prazo, como alguns candidatos à Presidência da República até procurem alardear, como se fossem verdadeiros salvadores da pátria. Na minha opinião, a recuperação do país (retomada do crescimento, redução do desemprego, melhoria da qualidade de vida etc.) depende da equação da dívida pública. Infelizmente, não se vê este debate na grande mídia – é como se o gravíssimo problema nem existisse.
Mas acontece que existe e precisa ser equacionado pelo próximo locatário do Palácio do Planalto. Mas o assunto não é abordado nas entrevistas dos candidatos, raramente os jornalistas fazem indagações a respeito, porque a mídia depende dos bancos para sobreviver, nada faz que possa desagradar o mercado – este ser esotérico e indefinível.
TODOS SÃO CULPADOS – Não se pode culpar apenas Nelson Jobim, réu confesso de fraudar a Constituinte (era vice-relator) e incluir no Orçamento da União o dispositivo que obriga o pagamento preferencial aos credores – a alínea “b”, § 3º,  artigo 166 (artigo 172, na versão original). Jobim é o menos culpado.
A responsabilidade pela dívida monstruosa é dos presidentes que sucederam Itamar Franco, especialmente Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Rousseff, pois Michel Temer na verdade apenas segurou o rabo do foguete e até tentou conter a sangria, ao reduzir os juros, mas não dá mais para segurar, como diria Gonzaguinha.
A burrice maior de FHC foi trocar a dívida externa, de juros baixíssimos, pela dívida interna, que pratica os mais elevados juros do mundo, vejam como o sociólogo conseguia raciocinar como um idiota completo.
ESTÁ DIFÍCIL – A União, os Estados e Municípios, salvo as honrosas exceções, estão falidos. O crescimento da dívida é como uma bomba-relógio nas mãos do sargento Guilherme Pereira do Rosário, logo vai explodir nos Riocentros da vida, bem no colo dos brasileiros.
Ao contrário do que se pensa, mais de 85% dos credores são nacionais. Os chamados investidores internacionais não passam de 13,6 %. Os maiores aplicadores são os fundos privados de previdência, com cerca de 26%, seguidos dos fundos de investimento (23,2%) e das instituições financeiras (21,9%), especialmente os bancos comerciais, que são os maiores detentores.

As seguradoras têm 4,5% da dívida, e o governo fica com 10,7%, incluindo o chamado Tesouro direto e fundos de órgãos públicos nacionais, como FAT, FGTS e Soberano.

















extraídadetribunadainternet

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