por Alexandre Garcia.
Pela pesquisa, percebe-se que as pessoas veem como responsáveis pela educação, o Presidente da República, o Governador, o Prefeito, o diretor da escola, os professores e o material de ensino. Parece que os pais e a família nada têm a ver com isso. No entanto, a educação começa em casa. Só que... a maior parte das famílias brasileiras está com pai e mãe fora de casa para buscar o sustento. Mas do que isso, cerca de 15 milhões de lares só têm a mãe como chefe-de-família e provedora. Há também um numero considerável de crianças, cuja educação é entregue a governantas, a babás, a vizinhas, a irmãos mais velhos, a empregadas domésticas, a creches. Dependendo do poder aquisitivo, a maior influência na educação das crianças está nas redes sociais, nos filmes e na televisão. Pouco se controla sob que tipo de influência os filhos estão.
Depois os pais - ou a mãe solitária - se surpreendem com reações adultas dos filhos ainda em tenra idade, com sexo precoce, com álcool e com drogas. Filho criado solto como um filhote animal sem limites, sem freios, sem disciplina, sem ordem, sem princípios, sem noções de como é a vida em comunidade ou em uma empresa. Temerosa, a escola é cheia de cuidados, tão zelosa quanto os pais em só agradar o jovem, sem puni-lo, sem deixar de gratificá-lo ainda que não mereça. No espírito da destruidora ditadura do politicamente correto, só existem direitos e não deveres - mérito nem pensar. Nem igualdade, já que se premia o esperto, o que se diz oprimido, o que se diz vítima. A hipocrisia impera.
Assim, nesse país em que ninguém educa e não se identifica claramente os que deseducam, vamos afundando e nos tornando cada vez mais atrasados em relação ao mundo. Em leitura vamos levar 260 anos para recuperar o que já perdemos, calcula o Banco Mundial. “São as más companhias”, alegam pais que não sabem que seus filhos podem ser as más companhias dos filhos dos outros. Instalou-se um círculo vicioso, que começa em casa e termina em fracassos na vida prática. Ainda há quem se mantenha no bom combate pela formação dos filhos. Outro dia, na missa, uma menininha fazia algazarra e corria pelo altar sem parar. O sacerdote interrompeu a celebração para perguntar a uma senhora que estava nos primeiros bancos: “É sua filha?” E a senhora, imediatamente: “Não é. Se fosse, já teria levado umas palmadas.”
* Publicado originalmente em http://www.sonoticias.com.br/coluna/o-pais-que-deseduca
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