MIRANDA SÁ
“A água que não corre forma um pântano; a mente que não trabalha forma um tolo”. (Victor Hugo)
Quando
do meu ingresso na faculdade, em 1954, a oposição a Getúlio Vargas
atingia o auge com o seu líder, Carlos Lacerda, usando pela primeira vez
e com muita habilidade a televisão, repetia o slogan “Vamos acabar com o
Mar de Lama”, referindo-se às denúncias de corrupção no governo.
Paradoxalmente
a expressão “Mar de Lama” foi do próprio Vargas, que o exclamou ao
saber das transações ilícitas na administração pública e das maracutaias
praticadas pelo seu guarda-costas Gregório Fortunato, chefe da guarda
presidencial.
Estes
fatos me chegam à lembrança por ter os olhos e a mente voltados para a
sordidez implantada no País nos 14 anos de governo de Lula, preso em
Curitiba graças à independência do Ministério Público Federal, à ação
eficaz da Polícia Federal e ao juiz Sergio Moro.
É
extenso o uso da palavra Lama, dicionarizada como substantivo feminino,
que significa mistura heterogênea de terra e água; e no sentido
figurado representando tudo que é vil e causa asco, sarjeta, degradação,
indignidade.
Lembro-me
de uma alocução do visionário Enéas Carneiro referindo-se ao Poder
Legislativo, já na sua época dominado por quadrilhas de picaretas. Disse
Enéas: “Miasmas pútridos emanam no Congresso em Brasília, contaminando o
ar da metrópole. Mas o meu nome não exala odor mefítico, porque não
chafurda no pântano da ignomínia”.
Batizada
de Operação Mar de Lama, a PF nas Minas Gerais realizou uma ação de
combate ao crime organizado. E, no mesmo Estado (onde evocamos
Tiradentes e repudiamos o atual governador, corrupto e corruptor),
fez-se uma campanha “Mar de Lama Nunca Mais” para criminalizar barragens
como a da empresa Samarco que infelicitou Mariana e região, com danos
ambientais, sociais e econômicos.
Com
a mesma referência tivemos recentemente as palavras do general Rocha
Paiva ao dizer que “O lodaçal da vergonha onde lançaram o país vem sendo
dragado pela Lava-Jato. A nação passou a ver com clareza a degradação
moral e ética das lideranças no Executivo e no Legislativo e, hoje,
também a percebe na mais alta Corte de Justiça”.
Esta
comunicação do militar brasileiro fotografa a realidade. Herdado da Era
Lulista a lamacenta ignomínia veio para afogar as instituições
republicanas, acovardadas, no pântano dos costumes apodrecidos.
Não
dá para esquecer que o PT e seus puxadinhos no poder nadaram na lama da
inconsequência, da irresponsabilidade e das propinas que enriqueceu os
dirigentes partidários e elegeu pelegos analfabetos nos estados e por
duas vezes na presidência a trapalhona Dilma Rousseff.
A
miniatura do mapa oceanográfico da lama está desenhada no entorno da PF
em Curitiba, no acampamento lulopetista, uma espécie de cracolândia
ideológica, Ali se cultua Lula, chefe da organização criminosa.
Mergulhados na latrina bolivariana e sem papel higiênico, os atoleimados
acham natural insultar e agredir os que não pensam como eles.
…
E o Pelego adorado nessa poça de lama que envergonha e revolta a
capital paranaense, responde ainda por mais seis processos que vão da
obstrução da Justiça até a práticas nada republicanas no exercício da
presidência.
Este
lamaçal de baixeza, desonra e infâmia tem, felizmente, os seus dias
contados, pela reação de uma corrente de ministros togados que não se
vendem nem se trocam, levantando-se contra as tentativas de distorcer e
usar a Constituição para implantar o Reino da Impunidade.
O
grupo que entra de sapatos enlameados pela politicagem no recinto
solene do STF embora ruidoso, é medíocre e pequeno; transcende a
“caranguejos” pelo cheiro característico da lama e, como os crustáceos
do manguezal, só andam para trás…
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSAONLINE
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