Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Maluf pode ganhar indenização milionária do Sírio-Libanês e do Supremo

Carlos Newton

Quando leio boletins médicos emitidos para beneficiar figuras deletérias como José Genoino, Jorge Picciaani ou Paulo Maluf, sempre penso naquele fabuloso samba de breque “Na Subida do Morro”, que Moreira da Silva teria comprado de Geraldo Pereira (ou eles seriam mesmo parceiros, ninguém sabe). A letra diz assim: “E as senhoras, como sempre nervosas: ‘Meu Deus, esse homem morre, moço! Coitado, olha aí, está se esvaindo em sangue…”. E o Kid Moringueira as acalmava: “Vocês não se afobem, que o homem desta vez não vai morrer. Se ele voltar, dou pra valer!”.
Como todos lembram, na época do Mensalão, quando Genoino foi preso, ele estava quase morrendo, igual ao malandro esfaqueado pelo Moringueira. A mulher e a filha de Genoino apareciam todo dia na TV, descabeladas e desesperadas, dizendo que o ex-deputado estava nas últimas, como se dizia antigamente. E os comovidos juízes tiravam Genoino da cadeia para que fosse hospitalizado.
PICCIANI E MALUF – Agora, a cena se repete com os deputados Jorge Picciani e Paulo Maluf, que ganharam direito à prisão domiciliar, contrariando laudos negativos apresentados por médicos do Estado, que têm fé pública e garantiam que os dois tinham condições de cumprir pena na cadeia.
No caso de Picciani, a defesa alegou que o estado de saúde do deputado “reclama manutenção de vigilância constante, para controle de possíveis infecções e complicações metabólicas“, porque ele há anos fez operação de próstata e usa fraldas.  
A cadeia pública, seja ela qual for, é incompatível com a salubridade recomendada pelo perito federal criminal“, diz a petição dos advogados.
FRALDAS GERIÁTRICAS – A defesa de Picciani apresentou laudos com quadro de câncer na próstata e bexiga, apontando condições inadequadas na cadeia para a saúde do parlamentar, que tem usado fraldas em razão de incontinência urinária.
A defesa de Maluf enveredou pela mesma estratégia. Alegou que o deputado tem “câncer de próstata com metástase no sacro, incontinência urinária, cardiopatia, artéria coronária entupida, confusão mental, alterações da cognição, depressão, condição de cadeirante inclusive para necessidades básicas, anemia, bronco-pneumonia e hemorragia digestiva alta”. O laudo está assinado por cinco médicos do Sírio-Libanês, considerado o melhor hospital do país.
Diante de um diagnóstico desse teor, nesta quinta-feira o relator Fachin imediatamente reafirmou a decisão anterior de Dias Toffoli e manteve Maluf em prisão domiciliar.
DECISÃO DESUMANA – Distraídos com detalhes processuais do caso, os outros ministros do Supremo não perceberam que o relator Fachin agiu de forma bárbara, desumana e insensível, ao determinar que Maluf ficasse em prisão domiciliar. Realmente, é difícil entender como Fachin teve coragem de deixar o deputado ao desamparo total, pois é claro que o caso de Maluf exigia que o relator mandasse internar o deputado com a máxima urgência, e decidindo “de ofício” (sem haver solicitação da parte) .
É inacreditável que um magistrado da categoria de Fachin, professor titular de Direito Civil, possa deixar ao abandono um homem sofrendo de “câncer de próstata com metástase no sacro, incontinência urinária, cardiopatia, artéria coronária entupida, confusão mental, alterações da cognição, depressão, condição de cadeirante inclusive para necessidades básicas, anemia, bronco-pneumonia e hemorragia digestiva alta”, repita-se o minucioso laudo médico, quantas vezes for necessário .
IRRESPONSABILIDADE – Qualquer estudante de Medicina percebe que se trata de internação imediata, com uso de jatinho, helicóptero e UTI móvel, pois o paciente pode morrer a qualquer momento.
Aliás, é também inaceitável e intolerável que uma equipe do nível do Sírio-Libanês tenha feito este múltiplo diagnóstico de Maluf e dado alta ao paciente, para que se tratasse em casa. Ter permitido que ele saísse do hospital foi irresponsabilidade, leviandade e temeridade, uma decisão que desmoraliza completamente o Sírio-Libanês.
Como se sabe, os cinco luminares do hospital paulista redigiram este laudo com base em exames preliminares, pois Maluf ficou apenas 24 horas no famoso hospital. Se os especialistas tivessem aprofundado os exames, é claro que constatariam muitas outras doenças gravíssimas. 
Embora Maluf, ao deixar o presídio da Papuda, tenha se levantado sozinho da cadeira de rodas, usando elegantes sapatos de couro preto, tenha ficado de pé sozinho e entrado sem ajuda na ambulância que o conduziu, conforme mostraram as imagens da TV Globo, isso pode ter sido um esforço sobre-humano, o que deve prevalecer é o novo laudo médico de que deputado é do tipo “walking dead”, um morto-vivo. 
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P.S. 1
 – O caso de maus tratos a Maluf  é gravíssimo e agora só há um caminho – a famiglia precisa entrar na Justiça com um pedido de indenização contra o Sírio-Libanês, por ter dado alta a um paciente nestas condições deploráveis. E os ministros Dias Tofolli e Edson Fachin também devem ser processados pela famiglia, por terem mandado o paciente se tratar em casa, ao invés de determinar sua imediata internação em UTI. Afinal, Maluf é como Genoino e Picciani, pode morrer a qualquer momento.

P.S. 2 – O valor da causa de Maluf pode chegar a muitos milhões, porque a médica que divulgou os exames de dona Marisa Letícia e foi demitida do hospital em 2017, num caso até meio bobo, acaba de ganhar indenização de R$ 577 mil.  (C.N.)














































extraídadetribunadainternet

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