Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

ALGORÍTIMO

MIRANDA SÁ
“Você quer passar o resto da sua vida vendendo água com açúcar ou quer uma chance de mudar o mundo?” (Steve Jobs)

Algoritmo foi indicada como “a palavra do ano” pelo dicionário “Oxford”, uma das referências mais importantes do mundo para a catalogação de novas palavras e expressões. É, entretanto, uma palavra antiquíssima, usada na Mesopotâmia e Egito antigos.

Foi usada e popularizada matematicamente por Euclides, um dos grandes professores da famosa escola de matemática de Alexandria, conhecida como “Museu”.

Todavia a sua etimologia é mais recente e discutível: uns pesquisadores citam sua origem no sobrenome Al-Khwarizmi, do matemático persa do século IX Mohamed ben Musa; outros defendem a origem da palavra em Al-goreten (raiz – conceito que se pode aplicar aos cálculos).

O “algorithmus infinitesimais” é utilizado para significar “maneiras de calcular com quantidades infinitésimas” (pequenas), uma invenção de Leibniz. Também é conhecido no meio financeiro, como “algos”.

Para se popularizar com a força que tem atualmente, o termo entrou na economia, na política e até ilustrado em receita culinária, como registra Alecio Soares Silva na sua tese de conclusão do curso na Universidade Federal de Campina Grande (Paraíba).

Essa “simplicidade”, porém, não é tão simples… Os algoritmos podem ser muito complexos. Eles “repetem passos (fazem interações) ou necessitam de decisões (tais como comparações ou lógica) até que a tarefa seja completada”.

Essa complexidade está, por exemplo, no conceito de um algoritmo que foi formalizado em 1936 pela Máquina de Turing de Alan Turing e pelo cálculo lambda de Alonzo Church, que formaram as primeiras fundações da Ciência da computação.

Embora não represente, necessariamente, um programa de computador, foi neste campo que matamos a charada: a Ciência da Computação define o uso do computador na realização de várias tarefas e, quando se trata de formar opinião pública, torna-se uma gigantesca força política.

O processo, segundo Christian Sandvig, professor de ciência da informação da Universidade de Michigan, é que “O algoritmo e o usuário coproduzem o feed”: “O computador te observa e aprende com o que você clica. Ao mesmo tempo, você decide como responder ao que ele mostra a você.”

O Facebook – a rede social mais popular do mundo, com 1,59 bilhão de pessoas conectadas – reconhece que “o volume de conteúdo criado e compartilhado é proporcional ao número de usuários. Assim, o algoritmo é uma forma de permitir que cada pessoa tenha acesso ao que julga mais importante”.

É aí que reside o poder das redes sociais. Muitos tuiteiros desconhecem que a sua atividade comentando, analisando ou denunciando, tornam-se algoritmos, códigos baseados em inteligência artificial que ficam gravados nos sites de comunicação social.

Os algoritmos podem realizar a tarefa usando um conjunto diferenciado de instruções em mais ou menos tempo, espaço, ou esforço do que outros. Dessa maneira, o volume de mensagens se torna uma interação e uma força de expressão notável.

Foi assim que se realizaram as manifestações registradas na “Primavera Árabe” e, no Brasil, a convocação que levou milhões de pessoas às ruas protestando contra a corrupção e a incompetência administrativa do governo Dilma. Também a intervenção das redes sociais contra a nomeação de Lula da Silva para a Casa Civil para livrá-lo da Lava Jato, teve êxito. E assim saiu o impeachment, acabando com a Era PT.

É perfeita a lição de Diego Beas ensinando que “A rede social dotou o cidadão de uma nova e magnífica ferramenta que necessariamente subtrai poder ao Estado”. O algoritmo deve ser abastecido de mensagens contra a corrupção, os privilégios e a impunidade; pela prisão dos corruptos e do seu chefe Lula da Silva. E conquistaremos esta meta!


















EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA

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