MIRANDA SÁ
“O
crime organizado na América rende 40 bilhões de dólares. É muito
dinheiro, principalmente quando se considera que a ORCRIM não tem
despesas de escritório” (Woody Allen)
Seguindo
o exemplo dos governantes petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff, a
corrupção domina a maioria dos estados e municípios brasileiros, e seus
agentes, nos três poderes da República, estabeleceram uma “mafiocracia”.
Isto
se reflete nos andares de baixo onde o crime organizado em facções
regionais se fortaleceu; e, enquanto o poder político aparelhou a
máquina administrativa, os bandos criminosos dominaram o sistema
presidiário pela condescendência do poder público.
Revoltas
pontuais, fugas planejadas e auxiliadas por componentes do sistema
prisional, denúncias de agentes públicos honestos, MPs e PF, alertaram o
governo formado pelo vice-presidente eleito pelo PT, no exercício da
presidência para a situação.
Entretanto,
o poder público só acordou quando no Estado do Amazonas explodiu uma
rebelião de extrema selvageria com mais de sessenta mortes, pessoas de
coração arrancado e corpos decapitados.
Trata-se
de uma guerra entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC),
facção criminosa rival da Família do Norte (FDN). O massacre se repetiu
em Boa Vista, Porto Velho, São Luiz, Natal e João Pessoa.
A
disputa por rotas de cocaína e contatos nos países produtores de drogas
é o motivo principal para o confronto de que participa também o PCC e
outros grupos menores, mas a poderosa mídia aponta apenas superlotação e
administração das cadeias.
O
Sistema Penitenciário Nacional é um arremedo do que poderia ser. Nos
Estados Unidos, a Lei de Controle do Crime Organizado isola os líderes e
chefetes. Na Inglaterra, que reconhece a existência de 38 mil
traficantes em atividade, também os deixa solitários, assim como no
México após a implantação da guerra ao narcotráfico. Aqui não.
Existem
atualmente quatro penitenciárias federais – no Paraná, Rio Grande de
Norte, em Mato Grosso do Sul e Rondônia – com capacidade para 832
presos, aguardando-se a entrega de mais uma em Brasília; todas têm
vagas, mas os chefes das facções não são transferidos para elas.
Entre
nós, temos tristes exemplos: No RN, onde o levante é um crime
continuado, o governador covardemente “acertou” com o PCC a
transferência de presos que não pertencem ao “Comando” deixando-lhe
Alcaçuz à sua disposição. Revoltante!
Vergonhosamente,
uma verdadeira obscenidade, é a entrega das prisões ao crime
organizado. E a isso se deve a atual escalada de violência, comandada
pelo PCC, o CC e o FDN. Os poucos agentes penitenciários são
despreparados e em grande parte corruptos; as polícias militares,
desprovidas de meios para uma reação, acovardam-se, e a Força Nacional,
neste setor, não diz a que veio.
Assim
surgiu a ideia de jerico de convocar as Forças Armadas, Exército,
Marinha e Aeronáutica para assumir o papel de “capitães do mato”. Estas
organizações militares deveriam controlar as fronteiras, reprimindo o
tráfico de armas e de drogas, e não guardar prisões.
Infelizmente
não há um oficial general para dar um basta nesta idiotice. E assim, o
governo central, vacilante e de certa maneira leniente, vai empurrando
com a barriga para o problema que já ultrapassa os limites, e chega à
imprensa internacional nos envergonhando.
Se
as operações criminosas abrem uma guerra, o enfrentamento deve ser
bélico. Guerra é guerra e se proporcionar mortos e feridos é apenas uma
consequência. Preso revoltado, vandalizando o cárcere, se matando entre
si, deve ser punido sem dó nem piedade. Que se dane o “direito dos
manos”…
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA
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