RODRIGO CONSTANTINO GAZETA DO POVO
Andava por uma livraria
outro dia quando vi um grupo de adolescentes “debatendo” política. Uns
diziam que votariam no candidato do PSol, outros na candidata do PCdoB.
Um, solitário, preferia o Partido da Causa Operária. Eram alunos de uma
escola particular, num shopping carioca de luxo.
É verdade que a
juventude é meio utópica e costuma ter uma queda pelo socialismo. Mas
não é apenas isso que explica o fenômeno. Nos Estados Unidos, por
exemplo, a garotada votaria em peso no socialista Bernie Sanders. Há
algo mais por trás dessa “coincidência”.
Uma das notícias mais
importantes da década passou despercebida por nossa imprensa nos últimos
dias. Falo do vazamento de dados da fundação de George Soros, o
especulador bilionário que financia boa parte da esquerda mundial.
A
esquerda sempre foi contra a globalização dos mercados, mas se tornou
“globalista” no campo das ideias. Descobriu que é mais fácil fazer uma
revolução mundial na cultura, e com isso avançar no controle de nossas
vidas, com um Estado cada vez mais intervencionista.
Por isso
Soros dá dinheiro para Hillary Clinton, para Fernando Henrique Cardoso e
para o Mídia Ninja, de Pablo Capilé. São muitos milhares de dólares por
ano para cada um. E qual a contrapartida? O mundo politicamente correto
“debate” mais e mais as mesmas pautas, todas com um só denominador
comum: o enfraquecimento da família, do cristianismo, o homem branco
como vilão da humanidade e a “marcha das minorias oprimidas” como o
caminho da redenção.
A solução para tudo – aquecimento global,
preconceitos, desigualdades, violência – é sempre mais Estado; para todo
problema há de se pregar a mão visível do Estado como resposta. É por
isso que vemos tanta convergência na pauta da grande imprensa, dominada
por essa esquerda. A julgar por essa gente, as coisas mais relevantes do
mundo são a legalização do aborto e das drogas, o clima e o casamento
gay ou o “poliamor”, além do desarmamento dos civis inocentes. Esses
“formadores de opinião”, bancados por ricaços como Soros e sua trupe,
vivem numa bolha, e alguns passam mesmo a crer que essas são as
bandeiras mais importantes do momento.
Esqueça as verdadeiras
mazelas da população do andar de baixo, o transporte caótico, a falta de
saneamento, a comunidade dominada pela bandidagem, a péssima qualidade
da educação pública e uma saúde cada vez mais cara. As prioridades da
mídia são outras, definidas por uma elite culpada ou interessada em
ampliar os tentáculos estatais para benefício próprio.
Voltemos
aos garotos da livraria: eles acham que pensam por conta própria, mas
nem percebem que são papagaios desses formadores de opinião, sustentados
pelo “sistema”. Repetem sem muita crítica aquilo que as “autoridades” e
os “especialistas” dizem sobre cada coisa, e ainda se sentem os
rebeldes!
Fumar sua maconha em paz, abortar o bebê quando o sexo é
descuidado e participar de orgias com novo nome passam a ser suas
grandes metas “revolucionárias”, enquanto o pobre luta para sobreviver
pagando impostos cada vez maiores e tentando manter sua filha longe do
traficante, que o jovem mimado vê como herói, para poder odiar a polícia
“fascista”.
Mais de 60% dos partos no Rio, capital nacional
dessa “esquerda caviar”, são de mães solteiras, e muitas são
adolescentes e sem estudo. É o quadro da destruição real dessas ideias
“bonitinhas” que seduzem os filhos da elite, no conforto de seu
condomínio.
Precisamos deixar de pautar nossos debates com base
nas bandeiras “progressistas” enfiadas goela abaixo pelos globalistas.
Há outras prioridades. No curto prazo, recuperar a economia com as
reformas estruturais. No longo prazo, resgatar valores morais e impedir
essa doutrinação ideológica em nossas escolas. Eis a pauta certa.
Rodrigo Constantino, economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal.




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