Com Blog do Noblat - O Globo
Está em curso um golpe às escondidas para impedir a realização de um
desejo da esmagadora maioria dos brasileiros – o de ver o governo da
presidente Dilma pelas costas.
Sabe quanto custará o golpe na boca do caixa? O que está sendo oferecido
a deputados para que votem contra o impeachment ou se abstenham de
votar.
Os que votarem contra receberão R$ 1 milhão para a construção de obras
em seus redutos eleitorais. Os que faltarem à votação, R$ 400 mil. Fora
cargos. Isso era o que o governo oferecia até ontem à noite.
Mas o mercado de votos para derrotar o impeachment está com viés de
alta. E é por isso que dirigentes de partidos e deputados
individualmente preferem esperar para decidir na próxima semana.
Até lá, o preço do apoio ao governo ficará mais caro. O dinheiro sairá
via liberação de emendas apresentadas pelos parlamentares ao Orçamento
da União. O governo só libera tal dinheiro quando carece de apoio.
Nunca careceu tanto como hoje, quando se vê ameaçado de não chegar ao
fim do mandato de Dilma. Dito de outra maneira: quando vê o fim do
mandato se aproximar velozmente.
O governo precisa de 172 votos ou de 172 abstenções para sobreviver ao
impeachment. Dilma foi dormir, ontem, imaginando contar com 130
fechados. A oposição foi dormir contando com 306.
Para aprovar o impeachment, a oposição precisa que 372 deputados, dos
513, comparecam ao plenário da Câmara no dia marcado e votem “sim”. Não
vale abster-se. A meta dela é chegar lá com 380 votos.
A meta do governo é chegar no dia da votação com 290 a 300 votos ou
abstenções. Nos 130 que diz já ter, estão apenas sete votos do PMDB,
dono de uma bancada de 59 deputados federais.
A mais recente pesquisa nacional do IBOPE, divulgada ontem, mostrou que
69% dos brasileiros consideram o governo de Dilma péssimo ou ruim. Ótimo
e bom, só 10%.
Não confiam em Dilma: 80%. E 82% desaprovam sua maneira de governar.
Para 80%, o segundo governo Dilma está sendo pior do que o primeiro, e
68% acham que o restante dele será ruim ou péssimo.
Entre as pessoas que têm até a quarta série do ensino fundamental, 70%
desaprovam e 24% aprovam a maneira de governar de Dilma. Entre os que
têm educação superior, 87% desaprovam e 9% aprovam.
Entre dezembro último e a este mês, a desaprovação ao governo saltou de
17% para 60% entre as pessoas que ganham até um salário mínimo,
justamente as mais pobres e beneficiadas pelos programais sociais do PT.
Políticos mais críticos apelidaram o Congresso de “Clube da Falsa
Felicidade” Na maior parte do tempo, deputados e senadores se comportam
como se Brasília fosse um local muito distante do Brasil.
Qualquer pesquisa que ouça apenas deputados e senadores registrará
avaliações bastante diferentes daquelas registradas por pesquisas que
ouvem os brasileiros comuns pelo país a fora.
É quase unânime no Congresso a opinião de que o governo é ruim, e Dilma
pior do que ele. No entanto... Os políticos têm seus próprios interesses
que nem sempre coincidem com os dos seus eleitores.
No momento, eles querem extrair de um governo débil tudo o que ele ainda
tenha para dar. No dia da votação do impeachment, a depender das
circunstâncias, poderão votar contra o impeachment, abster-se ou votar a
favor.
Por circunstâncias, entenda-se: o clima do país nas ruas; as pressões
via redes sociais; o que receberam ou não do governo para ajuda-lo; e o
que esperam receber de um eventual governo Temer.
extraídaderota2014blogspot
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